EDUCAÇÃO E CULTURA NA EUROPA
MEDIEVAL
O
saber, as artes e a cultura manifestavam-se
no TEOCENTRISMO, que se refere à
colocação de Deus no centro da vida
e do pensamento humano. A arte medieval vai expressar esse
período, com temas religiosos dominando
toda a sua produção. A nobreza, dona do poder
político, uniu-se ao clero,
construindo uma aliança que se mostrou, por muito
tempo, bem poderosa.
No
modo teocêntrico de ver o mundo, a Igreja
se
colocava como o “centro” do mundo e seu poder era
exercido com extrema autoridade e riqueza
(possibilitada
pela grande posse de terras que detinha). Isso, aliado ao poder religioso que exercia, tornou a Igreja Católica a mais poderosa força de toda a era medieval. O casamento
monogâmico, por exemplo, foi fixado pela Igreja, assim como o seu caráter
indissolúvel (a não ser nos casos de infidelidade ou de esterilidade).
O
ensino era todo controlado pela Igreja, funcionando em mosteiros e paróquias.
Dessa forma, ela selecionava
aquilo que seria ou não ensinado. Em uma época em que poucas pessoas tinham
acesso à escrita, às pinturas e
esculturas das igrejas e os sermões funcionavam como o meio de comunicação mais importante, transmitindo a visão de mundo da Igreja.
As
primeiras universidades do mundo
surgem na Europa, na era medieval (Idade Média). Elas se tornaram grandes
centros de expansão do saber e do conhecimento, antes, restritos aos conventos
e mosteiros. Nelas, são pessoas ligadas ao pensamento católico que levam o
saber e a cultura a outras pessoas,
rompendo com aquela visão tradicional que ligava o conhecimento apenas aos
locais religiosos, como conventos e mosteiros.
A
Igreja Católica continuaria com a sua vocação educacional, mas as universidades
se desenvolveriam ainda mais, com a participação de sábios e intelectuais que
não eram ligados ao catolicismo.
LITERATURA
MEDIEVAL
ROMANCES
DE CAVALARIA
Muitas
histórias foram escritas nesse período contando as aventuras de cavaleiros
medievais e orientando sobre os
códigos de conduta da época. O cavaleiro é, geralmente, representado como o grande
herói, aquele que destrói
monstros e pessoas malvadas, em nome da honra cristã. Tímido ou não, valente e
fiel, ele conquistava o coração de uma
donzela.
CONTOS
E LENDAS DOS CAVALEIROS DA TÁVOLA REDONDA
Na
Idade Média, época em que todas as mesas eram compridas,
a távola (mesa) do Rei Artur surpreendia as pessoas: "Por ser redonda, ela não tinha nem cabeceira alta, nem cabeceira baixa; por isso, todos sentavam em volta dela como iguais". A Távola Redonda foi um
presente do mago Merlin ao Rei Artur. Ao
seu redor, sentaram-se doze cavaleiros que tinham um
ponto em comum: juraram ser honrados em
toda e qualquer situação e dedicar-se incansavelmente
à busca do Graal, uma taça misteriosa que
havia contido o sangue de Cristo.
A BÍBLIA
A
obra fundamental do conhecimento humano para quem vivia na Europa Ocidental e
Central era a Bíblia Sagrada. Nas
bibliotecas dos mosteiros e paróquias, os religiosos guardavam as principais
obras dos autores da Antiguidade.
Alguns monges, que sabiam ler
e escrever, dedicavam seus dias copiando e traduzindo textos do grego para o latim. Esses textos eram ilustrados com
desenhos chamados iluminuras.
UM ROMANCE SOBRE O PERÍODO MEDIEVAL:
"O NOME DA ROSA"
O
livro “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco, publicado em 1980, conta a
história de dois monges que começam a
investigar uma série de crimes ocorridos em um mosteiro. Seguindo todas as
pistas e indícios, eles descobrem
que os crimes estavam ligados a uma biblioteca que guardava, secretamente,
livros proibidos pela Igreja
Medieval. O autor do livro, Umberto Eco, inventou uma suposta obra para o
filósofo Aristóteles, que tratava sobre o
riso. Com o objetivo de não permitir que essa obra fosse acessível a outras
pessoas do monastério, um monge comete os
crimes.
Com
a leitura desse livro é possível perceber como era a vida nos mosteiros da
Idade Média. E, perceber, também, como a Igreja procurava controlar os conhecimentos que seriam
passados adiante. O livro é uma crítica à
intolerância religiosa, que marcou o período. Esse livro foi reproduzido pelo
cinema.
A arte do
período medieval caracterizou-se, basicamente, pelos estilos ROMÂNTICO E GÓTICO.
O ESTILO
ROMÂNTICO predominou no
século XI. Caracterizou-se por construções amplas, com paredes grossas e de aparência pesada. Possuíam poucas janelas e eram
decoradas com muitas esculturas.
O ESTILO
GÓTICO
nasceu
na França, no século XII. Caracterizou-se pela leveza das formas, graças à
presença de grandes vitrais
coloridos que iluminavam o interior das igrejas e catedrais. O peso e a altura
das paredes eram suportados
graças ao desenvolvimento de novas técnicas.
A partir do
século XII diversas catedrais foram construídas em estilo gótico. São
características desse estilo:
• construções
grandiosas, com paredes muito altas simbolizando o poder dos bispos.
• espaços
internos amplos,
• torres com
telhados em forma de pirâmide,
• arcos com a
forma de ogivas,
• pinturas e
vitrais produzidos com refinamento artístico.
Com
o surgimento das cidades, a Igreja precisava se colocar de forma imponente, os
bispos precisavam reafirmar a sua autoridade. As catedrais grandiosas poderiam ser vistas de
diferentes pontos da cidade, seduzindo os
recém-chegados. A catedral mostrava também o poder dos burgueses, pois muitas
eram financiadas por esse grupo. O uso da
palavra gótico, para esse tipo de arquitetura, só apareceu mais tarde, quando esse tipo de arte era vista com desprezo. O termo
gótico ainda hoje é sinônimo de trevas e escuridão.
PINTURA
MEDIEVAL
As
pinturas medievais não usavam perspectiva, ou seja, não tinham profundidade.
Como o espaço era visto como uma dimensão divina, não poderia ser representado
pelo homem. A importância de um personagem estava no tamanho em que ele era
representado na figura: quanto maior o seu tamanho, maior a sua importância.
MÚSICA
As artes começaram a diversificar em
duas grandes correntes no início da Era Cristã: a arte profana e a arte
religiosa. Com os cristãos perseguidos, estes passaram a exercer os seus
cultos religiosos em catacumbas, onde fizeram música destinada a esses cultos.
Originariamente, estas músicas sofreram influências da música hebraica e dos
cantos populares romanos, mas eram construídas com as técnicas dos gregos. As
músicas profanas, assim como a língua vulgar, vão penetrando nos ofícios
religiosos, até a completa desfiguração destes. O rompimento acontece: a Igreja
rejeita tudo o que foi introduzido de estranho em seus rituais.
Coube ao
Papa Gregório I (Gregório Magno), no século VI, unificar os cânticos
religiosos, como recurso para padronizar a liturgia em toda a Europa. Reuniu
num só livro todos os cantos considerados perfeitos, com indicações sobre o
modo de cantá-los. O repertório é depurado da influência oriental; a melodia é
plana e linear – “cantus planus” (Canto-chão). Os Cantos Gregorianos foram a música
oficial da Igreja e das Universidades durante mil anos.
No final da
Idade Média, o canto gregoriano vai cedendo lugar á música executada a duas
vozes, surgindo o contraponto e mais tarde a polifonia, que deu início de uma nova era na música ocidental: o “Renascimento”.
FILOSOFIA
Estudiosos como São Tomás de Aquino e Santo Agostinho divulgaram as obras clássicas de Platão e Aristóteles ao interpretarem os textos antigos à luz do cristianismo.
O objetivo desses homens da Igreja era explicar o mundo do ponto
de vista da religião, sem, entretanto, perder o raciocínio lógico.
A escola filosófica medieval chama-se Escolástica, porque ela se
desenvolveu nas escolas (atuais universidades) ao lado dos mosteiros, que se tornaram centros difusores de estudos bíblicos
e de adaptações
dos textos pagãos.
Em São Tomás de Aquino, talvez o maior representante da Escolástica, encontrou-se a síntese entre
o mundo antigo antropocêntrico e o mundo medieval teocêntrico: a religião representada pela fé e a ciência representada pela razão devem caminhar jun- tas em busca da verdade,
que é, em última instância, Deus.
FIQUE ESPERTO:
- A EDUCAÇÃO era
para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Marcada pela influência da
Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande
parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.
- A maior
parte dos mosteiros tinha bibliotecas, onde se guardavam livros manuscritos.
Estes livros eram, em geral, cópias de obras de devoção religiosa de autores
cristãos, ou de obras de filosofia e medicina de autores clássicos.
- A ARTE medieval
também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas
retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais
e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre
a religião.
- Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram
fortemente influenciadas e marcadas pela fé religiosa. A Igreja determinava o
modo de pensar e viver das pessoas. Na arquitetura destacou-se a construção de
castelos, igrejas e catedrais.
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