6º ANO_ AULA 10 - CIVILIZAÇÕES ANTIGAS - EGITO

 

EGITO

 

CONSIDERAÇOES GERAIS

 

-Os antigos egípcios criaram uma civilização fascinante às margens do Rio Nilo e entre dois imensos desertos: o da Líbia e o da Arábia. E isso só foi possível porque souberam aproveitar as cheias do Rio Nilo.

-A maior parte do que conhecemos sobre esta civilização vêm das pirâmides, pinturas, textos e objetos deixados nas tumbas dos reis.

-Fazia parte também do Crescente Fértil, que englobava também outras regiões como Israel e Mesopotâmia.

 

A IMPORTÂNCIA DO RIO NILO

 

-O vale do Nilo compreendia o Alto Egito, ou terra do sul e o Baixo Egito, ou terra do Norte. O rio Nilo desembocava no Mar Mediterrâneo.

-De junho a outubro, as águas do Nilo inundavam as terras de ambas as margens e depositava o Húmus, uma espécie de adubo natural que tornava a terra propícia para a agricultura.

-Depois das cheias, os camponeses iniciavam a semeadura. Para saber a altura das cheias e se prevenir das enchentes, os egípcios utilizavam um poço à margem do rio, chamado Nilômetro.

-O Rio Nilo teve tamanha importância para o Egito que o grego Heródoto disse a seguinte frase: “O Egito é uma dádiva do Nilo”.

 

ECONOMIA

 

-A agricultura era a principal ocupação dos egípcios. Os principais produtos eram o algodão, trigo, cevada, entre outros.

-Havia uma espécie de bambu, chamada papiro, que também era cultivada. Através dela, fabricava-se papel, que era utilizado em diferentes sistemas de escrita egípcia.

-Os camponeses que moravam nos pântanos e largos costeiros criavam numerosas variedades de peixes. O produto da pesca, seco e conservado, acompanhado de pão e cerveja, constituía parte importante da alimentação dos egípcios.

-Os excedentes de produção eram comercializados nas planícies desérticas, ao longo do Nilo e pelo Mar Mediterrâneo.

-Fora do período das cheias e dos trabalhos agrícolas, os camponeses eram obrigados a trabalhar para o estado egípcio, em canais de irrigação, obras públicas e templos.

 

SOCIEDADE

 

-A sociedade egípcia era dominada pelo faraó, soberano todo-poderoso. Ele era considerado um deus vivo, filho de deuses e intermediário entre estes e os homens.

-O faraó era objeto de culto e sua pessoa era sagrada. O faraó tinha autoridade absoluta e concentrava, em si, os poderes político e religioso. Exercia, portanto, poder teocrático e despótico.

-Abaixo do faraó, a sociedade estava dividida em sete grupos sociais: nobres, sacerdotes, escribas, militares, artesãos, camponeses e escravos.

-A divisão social era bastante rígida, mas com alguma mobilidade social, ainda que pequena. Por outro lado, havia grande desigualdade econômica entre os grupos sociais.

 

O FARAÓ

 

Para os egípcios, o faraó era mais do que um ser de origem divina: era o próprio deus. Ele governava o Império, coordenava a construção de obras públicas, era o comandante militar e o juiz supremo. Também era considerado dono de quase todas as terras do Egito, por isso recebia impostos pagos em produtos, acumulando assim enorme riqueza. Parte dessa riqueza era usada para pagar soldados e funcionários.

 

OS ALTOS FUNCIONÁRIOS E OS SACERDOTES

 

Os altos funcionários do governo também tinham posição de destaque na sociedade egípcia; o principal deles, o vizir, era a maior autoridade depois do faraó. Ele chefiava a polícia, controlava a justiça e a arrecadação de impostos em todo o Império.

Entre os altos funcionários estavam também os escribas, que, para exercer sua profissão, estudavam desde os cinco anos em escolas especiais, ligadas aos palácios reais. Com conhecimento de cálculo, leitura e escrita, eles controlavam toda a vida econômica do Egito. Os escribas trabalhavam para o Estado, para os templos e para o Exército.

Já os sacerdotes executavam os serviços religiosos e administravam os templos. Eram geralmente muito ricos, graças às oferendas oferecidas pela população.

 

ARTESÃOS, COMERCIANTES E MILITARES

 

Os artesãos egípcios (carpinteiros, ferreiros e joalheiros) eram conhecidos no mundo antigo. Com a madeira faziam brinquedos, móveis, barcos, etc. Com o adobe (tipo de tijolo feito com argila crua secada ao sol) construíam casas e palácios. Com o ferro confeccionavam armas, instrumentos de trabalho e carros de guerra. Com o papiro produziam o papel e com os metais faziam jóias e ornamentos.

Nos períodos de maior prosperidade, o comércio também cresceu, possibilitando o aumento da riqueza dos comerciantes. Com as guerras de conquistas durante o Novo Império, os militares do Egito Antigo também conseguiram riqueza e prestígio; muitos deles lutavam em troca da terra ou de parte dos saques realizados durante as guerras.

 

OS CAMPONESES E OS ESCRAVOS

 

Os camponeses, chamados no Egito Antigo de felás, constituíam a maior parte da população e tinham uma vida muito difícil. Nas propriedades agrícolas eles faziam todo tipo de serviço e, em troca, recebiam apenas pequena parte do que plantavam. Além disso, tinham de pagar um imposto em produto (cereais), que era recolhido aos armazéns do faraó e trabalhar periodicamente nas grandes obras públicas.

Os escravos eram geralmente prisioneiros de guerra e faziam trabalhos mais pesados e perigosos em minas, pedreiras e nas grandes obras públicas.

 

RELIGIÃO

 

-A religião (politeísta e antropozoomórfica) desempenhava um papel de suma importância na vida dos antigos egípcios.

-A civilização egípcia era teocêntrica, ou seja, praticamente tudo girava em torno da religião. Grande parte de suas crenças e rituais foram incluídos em seu livro sagrado: O Livro dos Mortos.

-Assim, eles acreditavam numa vida após a morte. Esta forte crença era representada com freqüência em pinturas e objetos deixados nas tumbas. Para garantir a passagem para outra vida, desenvolveram técnicas de mumificação.

-Eles construíram grandes túmulos, sendo que as pirâmides foram as maiores. As pirâmides serviam de descanso para os faraós e continham vários objetos pessoais para garantir o conforto destes na vida após a morte.

-De acordo com a religião egípcia, a alma precisava de um corpo para morar por toda a eternidade. Sendo que esse corpo tinha que ser conservado para abrigar a alma (processo de mumificação).

-Os egípcios também tinham incontáveis deuses, com funções e aspectos variados.

 

POLÍTICA

 

-Inicialmente, o Egito estava dividido em nomos, ou seja, pequenos estados independentes. Em seguida, esses estados se uniram formando o Alto e o Baixo Egito.

-Por volta de 3.200 a.C, o Egito foi unificado sob o comando de um único soberano – o Faraó. A unidade política do estado egípcio foi fundamental para a organização das obras públicas.

-O estado, que no início foi apenas o organizador das obras necessárias ao bem estar da população, passou a explorar cada vez mais o trabalho das comunidades.

-A organização do estado egípcio no decorrer de sua história está dividido em quatro períodos principais: Período Arcaico, Antigo Império, Médio Império e Novo Império.

 

O PERÍODO ARCAICO

 

-O Período Arcaico ocorreu entre 3200ª.C. e 2800ª.C., aproximadamente.

-Neste período, os exércitos egípcios lutaram contra os núbios e os beduínos do deserto, pela posse de matérias-primas, como pedra, cobre e ouro.

 

O ANTIGO IMPÉRIO

 

-O Antigo Império ocorreu entre 2800ª.C e 2100ª.C aproximadamente.

-Durante este período, o Egito foi um Estado pacífico e dedicado à construção de obras de drenagem e irrigação. Foram construídas neste período as grandes pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos.

-O Antigo Império terminou principalmente por causa do enfraquecimento da autoridade do faraó, diante do poder dos grandes proprietários de terra e dos chefes dos diversos nomos.

 

O MÉDIO IMPÉRIO

 

-O Médio Império ocorreu entre 2100ª.C e 1580ª.C aproximadamente.

-Nessa época, os príncipes do Alto Egito restauraram a unidade política do Império, erguendo Tebas como capital. Foi um período de boa administração e bastante prosperidade.

-O Médio Império terminou por causa de agitações internas que enfraqueceram o país. Isso permitiu que o Egito fosse dominado pelos hicsos, povo nômade de origem asiática.

 

O NOVO IMPÉRIO

 

-O Novo Império ocorreu entre 1580ª.C e 715ª.C aproximadamente.

-Neste período, Tebas foi novamente a capital. Os hicsos foram expulsos e o Egito foi marcado por inúmeras conquistas.

-Devido a novas agitações internas e novas ondas de povos invasores, o Egito entrou em decadência e foi conquistado sucessivamente pelos assírios (670ª.C.), pelos persas (525ª.C.), pelos gregos (332ª.C.) e pelos romanos (30ª.C.).

 

LEGADO CULTURAL

 

-Além dos complexos rituais de mumificação, os egípcios deixaram várias contribuições culturais.

-Na escrita, desenvolveram três sistemas diferentes: o hieroglífico, considerado sagrado e usado pelos sacerdotes; o hierático, mais complexo e utilizado pelos escribas; e o demótico, mais simplificado e popular.

-No campo das ciências, os egípcios desenvolveram principalmente a aritmética, a astronomia e a medicina. As ciências procuravam resolver problemas como controle de inundações, sistemas hidráulicos e preparação do plantio.

-As artes eram controladas pelo Estado e estavam voltadas para a glorificação dos deuses e dos faraós. Na arquitetura destacam-se as pirâmides e os templos.

-A escultura e a pintura serviam principalmente como auxiliadoras da arquitetura. Na pintura, os seres humanos e deuses eram representados sempre com a cabeça e as pernas em perfil, enquanto o tronco e os olhos, de frente. Alguns atribuem significado mágico e religioso a este estilo de arte.


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