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PERÍODO ENTRE GUERRAS (FASCISMO, NAZISMO E CRISE DO CAPITALISMO)
ASCENSÃO DOS REGIMES TOTALITÁRIOS
FASCISMO
Regime político autoritário que surge na Europa no
período do entre guerras (1919-1939). Originariamente é empregado para
denominar o regime implantado por Mussolini na Itália, em 1924. Suas principais
características são o totalitarismo, que subordina os interesses do indivíduo
ao Estado, o nacionalismo, que tem a nação como forma suprema de
desenvolvimento e organização social coesa, e o corporativismo: os sindicatos
patronais e dos trabalhadores, convertidos em corporações sob a intervenção
direta do Estado, são os mediadores das relações entre o capital e o trabalho.
A palavra origina-se do latim fasces,
feixe de varas amarrado a um machado, símbolo da autoridade no Império Romano.
Em 1924, o Partido Fascista assume o poder em uma Itália que atravessa profunda crise econômica, agravada por greves e manifestações de trabalhadores urbanos e rurais. A implantação do regime significou o cerceamento à liberdade civil e política, a derrota da revolução social esquerdista, a eliminação dos sindicatos, limitações ao direito dos empresários de administrar sua força de trabalho e o unipartidarismo. A política adotada, entretanto, foi eficiente na modernização da economia industrial italiana e na diminuição do desemprego.
NAZISMO
Movimento político de caráter autoritário que se
desenvolve na Alemanha durante as sucessivas crises da República de Weimar
(1919-1933). Baseia-se na doutrina do nacional-socialismo, formulada por Adolf
Hitler (1889-1945), que orienta o programa do Partido Nacional-Socialista dos
Trabalhadores Alemães (NSDAP). A essência da ideologia nazista encontra-se
sintetizada no livro de Hitler, Minha
Luta (Mein Kampf). Nacionalista,
defende o racismo e a crença na superioridade da raça ariana; nega as
instituições da democracia liberal e a revolução socialista; apoia o
campesinato e o totalitarismo; e luta pelo expansionismo alemão.
Ao final da 1ª Guerra Mundial, além de perder
territórios para França, Polônia, Dinamarca e Bélgica, os alemães são
obrigados, por determinação do Tratado de Versalhes, a pagar pesadas reparações
financeiras aos países vencedores. O pagamento dessa penalidade provoca o
crescimento da dívida externa e compromete os investimentos internos, gerando
falências, inflação e desemprego em massa: as tentativas fracassadas de
revolução socialista (1919, 1921 e 1923) e as sucessivas quedas de gabinetes de
orientação social-democrata criam condições favoráveis ao surgimento e à
expansão do nazismo no país.
Utilizando-se de espetáculos de massa (comícios e
desfiles) e dos meios de comunicação (jornais, revistas, rádio e cinema), o
Partido Nazista consegue mobilizar a população através do apelo à ordem e ao
revanchismo. Em 1933, Hitler chega ao
poder pela via eleitoral, sendo nomeado primeiro-ministro, com o apoio de
nacionalistas, católicos e setores independentes. Com a morte do presidente
Hindenburg (1934), Hitler torna-se chefe de governo (chanceler) e chefe de
Estado (presidente). Interpreta o papel de führer,
o guia do povo alemão, criando o 3º Reich (Terceiro Império).
Com poderes excepcionais, Hitler suprime todos os
partidos políticos, exceto o Nazista; dissolve os sindicatos; cassa o direito
de greve; fecha os jornais de oposição e estabelece a censura à imprensa; e,
através das organizações paramilitares, SA (guarda do Exército), SS (guarda
especial), e da Gestapo (polícia política), implanta o terror com a perseguição
e eliminação dos judeus, dos sindicatos e dos políticos comunistas, socialistas
e de outros partidos.
O intervencionismo e a planificação econômica adotados
por Hitler eliminam, no entanto, o desemprego e provocam o rápido
desenvolvimento industrial, estimulando a indústria bélica e a edificação de
obras públicas, além de impedir a retirada do capital estrangeiro do país. O
crescimento vigoroso da economia alemã deve-se em grande parte à atitude dos
grandes grupos do país, tais como Krupp, Siemens e Bayer, que apoiam Adolf
Hitler.
Desrespeitando as cláusulas do Tratado de Versalhes,
Hitler reinstitui o serviço militar obrigatório (1935), remilitariza o país e
envia tanques e aviões para amparar as forças conservadoras do General Franco
na Espanha, em 1936. Nesse mesmo ano, cria o Serviço para a Solução do Problema
Judeu, sob a supervisão da SS, que se dedica à exterminação sistemática dos
judeus por meio da deportação para guetos ou campos de concentração. Anexa a
Áustria (operação chamada, em alemão, de Anchluss)
e a região dos Sudetos na Tchecoslováquia (1938). Ao invadir a Polônia, em
1939, deflagra o início da 2ª Guerra Mundial (1939-1945).
CRISE MUNDIAL DO
CAPITALISMO
Introdução
Ocorrida em 24 de outubro de 1929, a quebra da Bolsa de
Nova York é o marco de uma crise econômica nos EUA que tem repercussões
mundiais. Conhecida também como “crack da bolsa”, provoca a regressão das
atividades econômicas norte-americanas ao nível de 1913, faz o número de
desempregados atingir 13 milhões e mergulha o país na depressão.
Origens da Crise
A crise foi o desfecho de um período de grande expansão.
A hegemonia econômica mundial que os EUA assumiram após a 1ª Guerra Mundial
(1914-1918) trouxe altas taxas de crescimento interno e o estímulo a um modo de
vida norte-americano, o american way of
life. O progresso técnico possibilitou grande aumento de produtividade
industrial. O crescimento do poder aquisitivo da população e a liberalização do
crédito provocaram uma explosão do consumo. A produção de bens de consumo,
automóveis e construção dobrou entre 1921 e 1929. Os investidores, atraídos pela
grande expansão das empresas, tomam empréstimos bancários para comprar ações e
revendê-las com lucro. Esse processo especulativo faz com que, de 1925 a 1929,
o valor das ações das empresas suba de 27 bilhões para 87 bilhões.
Quando os europeus reerguem suas indústrias, o resultado
é um grande excedente da produção norte-americana, agravado pelo fato da
capacidade de consumo interno não acompanhar o aumento da produtividade.
Capitais privados no exterior foram repatriados, diminuindo as exportações. Os
preços dos produtos agrícolas começaram a baixar e os fazendeiros a falir. As
indústrias diminuíram a produção, gerando massas de desempregados. Os
acionistas, alarmados com a situação das empresas, procuraram vender todos os
papéis na Bolsa.
A quebra – A expansão do crédito bancário e a
especulação financeira nos Estados Unidos chegam ao seu limite com a quebra da
Bolsa de Nova York. Ela provocou a falência de 9. 096 bancos e 85 mil empresas,
além da redução de 85% nas cotações das ações entre setembro de 1929 e julho de
1932. A redução de salários é de 39%, entre 1929 e 1931, e de 60% em 1932. Os
preços agrícolas despencam e os agricultores perdem suas terras hipotecadas aos
bancos.
Consequências
Com a quebra da Bolsa, a queda dos preços das
matérias-primas e a diminuição das exportações e dos créditos norte-americanos
a outros países provocam uma amplitude mundial à crise. Em muitos países
industrializados, mais de um quarto da mão-de-obra fica sem trabalho e os
salários despencam. A produção industrial e o comércio mundial sofrem queda
vertiginosa.
New Deal
No
auge da crise, em 1932, Franklin D. Roosevelt (1882-1945) assume a presidência
dos EUA, iniciando um programa liberal de reformas, conhecido como New Deal (Novo Acordo) e influenciado
pelas ideias do economista inglês J. M. Keynes. Roosevelt cria mecanismos de
controle de crédito e um banco para financiar as exportações; concede uma linha
de crédito especial para os agricultores levantarem suas hipotecas e, também,
subsídios aos Estados para o seguro-desemprego. Fixa salários mínimos e limita
as jornadas de trabalho, legaliza os sindicatos, amplia o sistema de
previdência social e lança um programa de grandes obras públicas para absorver
os desempregados. Em 1937, o número de desempregados tinha sido reduzido quase
à metade, a renda nacional crescido 70% e a produção industrial, 64%.
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