9º ANO - AULA 23_ FIQUE LIGADO!!! PERÍODO ENTRE GUERRAS

FIQUE LIGADO!!! PERÍODO ENTRE GUERRAS (FASCISMO, NAZISMO E CRISE DO CAPITALISMO)

 

ASCENSÃO DOS REGIMES TOTALITÁRIOS

 

FASCISMO

 

Regime político autoritário que surge na Europa no período do entre guerras (1919-1939). Originariamente é empregado para denominar o regime implantado por Mussolini na Itália, em 1924. Suas principais características são o totalitarismo, que subordina os interesses do indivíduo ao Estado, o nacionalismo, que tem a nação como forma suprema de desenvolvimento e organização social coesa, e o corporativismo: os sindicatos patronais e dos trabalhadores, convertidos em corporações sob a intervenção direta do Estado, são os mediadores das relações entre o capital e o trabalho. A palavra origina-se do latim fasces, feixe de varas amarrado a um machado, símbolo da autoridade no Império Romano.

Em 1924, o Partido Fascista assume o poder em uma Itália que atravessa profunda crise econômica, agravada por greves e manifestações de trabalhadores urbanos e rurais. A implantação do regime significou o cerceamento à liberdade civil e política, a derrota da revolução social esquerdista, a eliminação dos sindicatos, limitações ao direito dos empresários de administrar sua força de trabalho e o unipartidarismo. A política adotada, entretanto, foi eficiente na modernização da economia industrial italiana e na diminuição do desemprego.

 

NAZISMO

 

Movimento político de caráter autoritário que se desenvolve na Alemanha durante as sucessivas crises da República de Weimar (1919-1933). Baseia-se na doutrina do nacional-socialismo, formulada por Adolf Hitler (1889-1945), que orienta o programa do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP). A essência da ideologia nazista encontra-se sintetizada no livro de Hitler, Minha Luta (Mein Kampf). Nacionalista, defende o racismo e a crença na superioridade da raça ariana; nega as instituições da democracia liberal e a revolução socialista; apoia o campesinato e o totalitarismo; e luta pelo expansionismo alemão.

 

Ao final da 1ª Guerra Mundial, além de perder territórios para França, Polônia, Dinamarca e Bélgica, os alemães são obrigados, por determinação do Tratado de Versalhes, a pagar pesadas reparações financeiras aos países vencedores. O pagamento dessa penalidade provoca o crescimento da dívida externa e compromete os investimentos internos, gerando falências, inflação e desemprego em massa: as tentativas fracassadas de revolução socialista (1919, 1921 e 1923) e as sucessivas quedas de gabinetes de orientação social-democrata criam condições favoráveis ao surgimento e à expansão do nazismo no país.

 

Utilizando-se de espetáculos de massa (comícios e desfiles) e dos meios de comunicação (jornais, revistas, rádio e cinema), o Partido Nazista consegue mobilizar a população através do apelo à ordem e ao revanchismo. Em 1933, Hitler  chega ao poder pela via eleitoral, sendo nomeado primeiro-ministro, com o apoio de nacionalistas, católicos e setores independentes. Com a morte do presidente Hindenburg (1934), Hitler torna-se chefe de governo (chanceler) e chefe de Estado (presidente). Interpreta o papel de führer, o guia do povo alemão, criando o 3º Reich (Terceiro Império).

 

Com poderes excepcionais, Hitler suprime todos os partidos políticos, exceto o Nazista; dissolve os sindicatos; cassa o direito de greve; fecha os jornais de oposição e estabelece a censura à imprensa; e, através das organizações paramilitares, SA (guarda do Exército), SS (guarda especial), e da Gestapo (polícia política), implanta o terror com a perseguição e eliminação dos judeus, dos sindicatos e dos políticos comunistas, socialistas e de outros partidos.

 

O intervencionismo e a planificação econômica adotados por Hitler eliminam, no entanto, o desemprego e provocam o rápido desenvolvimento industrial, estimulando a indústria bélica e a edificação de obras públicas, além de impedir a retirada do capital estrangeiro do país. O crescimento vigoroso da economia alemã deve-se em grande parte à atitude dos grandes grupos do país, tais como Krupp, Siemens e Bayer, que apoiam Adolf Hitler.

 

Desrespeitando as cláusulas do Tratado de Versalhes, Hitler reinstitui o serviço militar obrigatório (1935), remilitariza o país e envia tanques e aviões para amparar as forças conservadoras do General Franco na Espanha, em 1936. Nesse mesmo ano, cria o Serviço para a Solução do Problema Judeu, sob a supervisão da SS, que se dedica à exterminação sistemática dos judeus por meio da deportação para guetos ou campos de concentração. Anexa a Áustria (operação chamada, em alemão, de Anchluss) e a região dos Sudetos na Tchecoslováquia (1938). Ao invadir a Polônia, em 1939, deflagra o início da 2ª Guerra Mundial (1939-1945).

 

CRISE MUNDIAL DO CAPITALISMO

 

Introdução

Ocorrida em 24 de outubro de 1929, a quebra da Bolsa de Nova York é o marco de uma crise econômica nos EUA que tem repercussões mundiais. Conhecida também como “crack da bolsa”, provoca a regressão das atividades econômicas norte-americanas ao nível de 1913, faz o número de desempregados atingir 13 milhões e mergulha o país na depressão.

 

Origens da Crise

A crise foi o desfecho de um período de grande expansão. A hegemonia econômica mundial que os EUA assumiram após a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) trouxe altas taxas de crescimento interno e o estímulo a um modo de vida norte-americano, o american way of life. O progresso técnico possibilitou grande aumento de produtividade industrial. O crescimento do poder aquisitivo da população e a liberalização do crédito provocaram uma explosão do consumo. A produção de bens de consumo, automóveis e construção dobrou entre 1921 e 1929. Os investidores, atraídos pela grande expansão das empresas, tomam empréstimos bancários para comprar ações e revendê-las com lucro. Esse processo especulativo faz com que, de 1925 a 1929, o valor das ações das empresas suba de 27 bilhões para 87 bilhões.

 

Quando os europeus reerguem suas indústrias, o resultado é um grande excedente da produção norte-americana, agravado pelo fato da capacidade de consumo interno não acompanhar o aumento da produtividade. Capitais privados no exterior foram repatriados, diminuindo as exportações. Os preços dos produtos agrícolas começaram a baixar e os fazendeiros a falir. As indústrias diminuíram a produção, gerando massas de desempregados. Os acionistas, alarmados com a situação das empresas, procuraram vender todos os papéis na Bolsa.

 

A quebra – A expansão do crédito bancário e a especulação financeira nos Estados Unidos chegam ao seu limite com a quebra da Bolsa de Nova York. Ela provocou a falência de 9. 096 bancos e 85 mil empresas, além da redução de 85% nas cotações das ações entre setembro de 1929 e julho de 1932. A redução de salários é de 39%, entre 1929 e 1931, e de 60% em 1932. Os preços agrícolas despencam e os agricultores perdem suas terras hipotecadas aos bancos.

 

Consequências

Com a quebra da Bolsa, a queda dos preços das matérias-primas e a diminuição das exportações e dos créditos norte-americanos a outros países provocam uma amplitude mundial à crise. Em muitos países industrializados, mais de um quarto da mão-de-obra fica sem trabalho e os salários despencam. A produção industrial e o comércio mundial sofrem queda vertiginosa.

New Deal

No auge da crise, em 1932, Franklin D. Roosevelt (1882-1945) assume a presidência dos EUA, iniciando um programa liberal de reformas, conhecido como New Deal (Novo Acordo) e influenciado pelas ideias do economista inglês J. M. Keynes. Roosevelt cria mecanismos de controle de crédito e um banco para financiar as exportações; concede uma linha de crédito especial para os agricultores levantarem suas hipotecas e, também, subsídios aos Estados para o seguro-desemprego. Fixa salários mínimos e limita as jornadas de trabalho, legaliza os sindicatos, amplia o sistema de previdência social e lança um programa de grandes obras públicas para absorver os desempregados. Em 1937, o número de desempregados tinha sido reduzido quase à metade, a renda nacional crescido 70% e a produção industrial, 64%.

 


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