A CRISE
NO MUNDO FEUDAL
O crescimento demográfico, observado na
Europa a partir do século X, modificou o modelo autossuficiente dos feudos.
Entre os séculos XI e XIII a população europeia mais que dobrou. O aumento das populações
impulsionou o crescimento das lavouras e a dinamização das atividades
comerciais. No entanto, essas transformações não foram suficientes para suprir
a demanda alimentar daquela época. Nesse período, várias áreas florestais foram
utilizadas para o aumento das regiões cultiváveis.
A discrepância entre a capacidade produtiva e
a demanda de consumo retraiu as atividades comerciais e a dieta alimentar das
populações se empobreceu bastante. Em condições tão adversas, o risco de
epidemias se transformou em um grave fator de risco. No século XIV, a peste
negra se espalhou entre as populações causando uma grande onda de mortes que
ceifou, aproximadamente, um terço da Europa. No século XV, o contingente
populacional europeu atingia a casa dos 35 milhões de habitantes.
A falta de mão de obra disponível reforçou a
rigidez anteriormente observada nas relações entre senhores e servos. Temendo
perder os seus servos, os senhores feudais criavam obrigações que reforçassem o
vínculo dos camponeses com a terra. Além disso, o pagamento das obrigações
sofreu uma notória mudança com a reintrodução de moedas na economia da época.
Os senhores feudais preferiam receber parte das obrigações com moedas que,
posteriormente, viessem a ser utilizadas na aquisição de mercadorias e outros
gêneros agrícolas comercializados em feiras.
Os camponeses, nessa época, responderam ao
aumento de suas obrigações com uma onda de violentos protestos acontecidos ao
longo do século XIV. As chamadas jacqueries foram uma série de revoltas
camponesas que se desenvolveram em diferentes pontos da Europa. Entre 1323 e
1328, os camponeses da região de Flandres organizaram uma grande revolta; no
ano de 1358 uma nova revolta explodiu na França; e, em 1381, na Inglaterra.
Passadas as instabilidades do século XIV, o
contingente populacional cresceu juntamente com a produção agrícola e as
atividades comerciais. Em contrapartida, a melhoria dos índices sociais e
econômicos seguiu-se de novos problemas a serem superados pelas sociedades
europeias. A produção agrícola dos feudos não conseguia abastecer os centros
urbanos e os centros comerciais não conseguiam escoar as mercadorias confeccionadas.
Ao mesmo tempo, o comércio vivia grandes
entraves com o monopólio exercido pelos árabes e pelas cidades italianas. As
rotas comerciais e feiras por eles controladas inseriam muitos intermediários,
encarecendo o valor das mercadorias vindas do Oriente. Como se não bastassem os
altos preços, a falta de moedas impedia a dinamização das atividades comerciais
do período. Nesse contexto, somente a busca de novos mercados de produção e
consumo poderiam amenizar tamanhas dificuldades. Foi assim que, nos séculos XV
e XVI, a expansão marítimo-comercial se desenvolveu.
CRISE
DO SÉCULO XIV (RESUMO)
O crescimento econômico que vinha ocorrendo
foi interrompido nos últimos anos da Idade Média. A Europa Ocidental se viu
tomada pela fome, pelas pestes e pelas guerras. A esse cenário costumamos dar o
nome de crise do século XIV.
IMPORTANTE: O século XIV foi marcado por crises de
fome, conflitos sociais e pela chamada peste negra, que matou cerca de um
terço da população europeia.
FATORES
QUE IMPULSIONARAM A CRISE
- Revoltas Camponesas; Peste
Negra; Guerra dos Cem Anos; Secas e Inundações; Crise Agrícola.
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