ÉMILE
DURKHEIN e HERBERT SPENCER
ÉMILE
DURKHEIN
Esse sociólogo positivista se empenhou para conferir à
sociologia o status científico. A objetividade e a identidade na análise
da vida social foram questões fundamentais na sua proposição do método
sociológico. Para Durkheim, a sociedade não é a “simples soma de indivíduos”;
ela constitui um sistema que representa determinada realidade com
características próprias. Para que exista o coletivo, as consciências
individuais devem estar associadas de algum modo.
Assim, a teoria dos fatos sociais é o ponto de partida
dos estudos de Durkheim. Três características distinguem os fatos sociais:
COERÇÃO SOCIAL: liga-se à força que os fatos sociais exercem sobre os
indivíduos e que os levam a conformar-se às regras da sociedade em que vivem,
independentemente de sua escolha ou vontade.
EXTERIORIDADE: os fatos sociais existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou de sua adesão. As regras sociais, os costumes e as leis já existem.
GENERALIDADE: é social todo fato que é geral, que se aplica a todos os indivíduos ou à maioria deles. Na generalidade encontra-se a natureza coletiva dos fatos sociais, seu estado comum ao grupo.
A EDUCAÇÃO PARA DURKHEIM
Cabe à educação, seja ela formal ou não, a importante
tarefa da conformação dos indivíduos à sociedade em que vivem. As regras devem
ser aprendidas, internalizadas e transformadas em hábitos de conduta. Toda
sociedade tem que educar os indivíduos para que aprendam as regras necessárias
à organização da vida social.
SOLIDARIEDADE MECÂNICA E SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
A solidariedade é formada pelos laços que unem cada
indivíduo ao grupo. A solidariedade é chamada de mecânica quando liga
diretamente o indivíduo à sociedade, sem nenhum intermediário (o indivíduo não
se pertence), constituindo-se em um conjunto mais ou menos organizado de
crenças e sentimentos comuns a todos os membros do grupo: é o chamado tipo
coletivo.
Durkheim, ainda sobre a solidariedade mecânica,
diferencia a densidade moral da densidade material: a primeira é resultado da
generalização das relações sociais que se tornam mais numerosas e se estendem.
Já a segunda corresponde à concentração da população, à formação de cidades, ao
aumento da natalidade e das vias de comunicação e transmissão rápidas e em
quantidade, suprimindo ou diminuindo os vazios que separavam os segmentos
sociais.
A solidariedade orgânica se acentua à medida
que a divisão do trabalho aumenta, gerando um processo de individualização.
Sendo essa sociedade um sistema de funções diferentes e especiais, onde cada
órgão tem um papel diferenciado, a função que o indivíduo desempenha é o que
marca seu lugar na sociedade.
LIVRO: "O SUICÍDIO"
Para Durkheim, a sociedade age sobre o indivíduo. Cada
grupo social tem uma inclinação para o suicídio, e desta derivam as inclinações
individuais. Trata-se das correntes de “egoísmo”, de “altruísmo” e de “anomia”
que afligem a sociedade.
SUICÍDIO EGOÍSTA: é causado pela decepção, pela melancolia e pela
sensação de desamparo moral, provocadas pela desintegração social. Atualmente,
isso pode ser compreendido no mundo capitalista, cada vez mais individualista,
em que as pessoas valorizam mais o “ter” do que o “ser”.
SUICÍDIO ALTRUÍSTA: é mais frequente em “sociedades inferiores”, chamadas também de primitivas. São exemplos: enfermos ou pessoas que chegam ao limiar da velhice, viúvas por ocasião da morte do marido, etc.
SUICÍDIO ANÔMICO: é aquele que se deve a um estado de desregramento social no qual as normas estão ausentes ou perderam respeito. Como exemplo, podemos citar como fatos que provocam a anomia: corrupção praticada por políticos e funcionários públicos, a frieza da sociedade moderna, bem como sua falta de diálogo coletivo, o divórcio etc.
FIQUE ESPERTO:
ÉMILE DURKHEIM
- Foi o fundador da escola francesa de Sociologia, ao combinar a pesquisa
empírica com a teoria sociológica. Ainda sob influência positivista, lutou para
fazer das Ciências Sociais uma disciplina rigorosamente científica. Durkheim
entendia que a sociedade era um organismo que funcionava como um corpo, onde
cada órgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver. Ao seu olhar, o
que importa é o indivíduo se sentir parte do todo, pois caso contrário ocorrerá
anomalias sociais, deteriorando o tecido social.
- A diferença entre Comte e Durkheim é que o primeiro crê que se tudo
estiver em ordem, isto é, organizado, a sociedade viverá bem, enquanto Durkheim
entende que não se pode receitar os mesmos “remédios” que serviu a uma
sociedade para resolver os “males” sociais de outras sociedades.
- A diferença básica entre Marx, Comte e Durkheim
consiste basicamente em que os dois últimos entendem a sociedade como um
organismo funcionando, suas partes se completando. Por outro lado, Marx afirma que a ordem constituída só é
possível porque a classe dos trabalhadores é dominada pela classe dos
capitalistas e propõe que a classe proletária (trabalhadores) deve se
organizar, unir-se e inverter a ordem, ou seja, passar de dominada a dominante,
e assim superar a exploração e as desigualdades sociais.
TEXTO COMPLEMENTAR
A TRADIÇÃO FRANCESA: ÉMILLE DURKHEIM (1858 - 1917)
O que
marca a contribuição de Durkheim à Sociologia é o reconhecimento de que os sistemas
de símbolos culturais – ou seja, valores, crenças, dogmas religiosos,
ideologias, etc. -são uma base importante para a integração da sociedade. À
medida que as sociedades se tornam complexas e heterogêneas a natureza de
símbolos culturais, ou o que Durkheim denominou de consciência coletiva muda.
Em sociedades simples, todos os indivíduos têm uma consciência coletiva comum
que regula seus pensamentos e ações, ao passo que em sociedades mais complexas
a consciência coletiva deve também mudar se a sociedade deve manter-se integrada.
Deve tornar-se mais “generalizada” e “ abstrata” afim de fornecer alguns
símbolos comuns dentre as pessoas em atividades especializadas e separadas ao passo
em que outro nível se tornam também mais concreta para assegurar que as
relações entre, e interiormente, as posições especializadas e organizações nas
sociedades complexas sejam reguladas e coordenadas. A condição social ,
entretanto, é possível em sociedades grandes, complexas, quando há alguns símbolos
comuns que todos os indivíduos partilham, juntamente com grupos específicos de
símbolos que guiam as pessoas em suas relações concretas com os outros. Esse
equilíbrio observado entre os aspectos abstratos e específicos ou os gerais e
concretos da consciência coletiva não é observado, então várias patologias se
tornam evidentes.
Durkheim
estudou posteriormente a sociedade no nível mais interpessoal, procurando
entender a formação da consciência coletiva. Em seu estudo sobre a religião dos
aborígines australianos, Durkheim estava menos interessado na religião do que
nos processos interpessoais que produzem a consciência coletiva. O que ele
descobriu foi o significado da interação entre as pessoas, como isso produzia o
sentimento de que há uma “força “ sobrenatural acima e além delas. Ao
compreender o poder desta força que nascia da animação e energia das interações,
os aborígines construíram totens e se engajaram em rituais para honrar as
forças sobrenaturais, agora simbolizadas pelos totens. Dessa observação, Durkheim
concluiu que a adoração aos deuses e ao sobrenatural é, na realidade, a
adoração da própria sociedade e dos vínculos gerados pela interação entre as pessoas.
Assim, a “ cola” que mantém unida a sociedade é sustentada pela interações
concretas entre os indivíduos.
HERBERT SPENCER - EVOLUCIONISMO E ORGANICISMO
Spencer, um dos pioneiros da sociologia, influi
profundamente no desenvolvimento da sociologia, não só na Inglaterra, como
também, na França e nos EUA. Defende o evolucionismo.
Para sustentá-lo, empregou um método comparativo, do qual foi um dos pioneiros,
bem como usou dados etnológicos. Utilizou dados da historia, da psicologia e da
biologia. Desta ultima se serviu para desenvolver a sua teoria organicista.
Estava convencido de que a sociologia deve proceder
comparando grupos sociais históricos, de modo a descobrir o que tem em comum.
Faz questão de salientar que a evolução social não depende da vontade humana.
Tanto a evolução social, como o progresso, são necessários, não dependendo do
homem.
Como Comte, Spencer acreditava que os agrupamentos
humanos podiam ser estudados cientificamente, e em seu notável trabalho "Os Princípios da
Sociologia" (1874-1896),
ele desenvolveu uma teoria de organização social do homem, apresentando uma
vasta série de dados históricos e etnográficos para fundamentá-la. Para
Spencer, todos os domínios do universo – físico, biológico e social -
desenvolvem-se segundo princípios semelhantes. E a tarefa da sociologia é
aplicar esses princípios ao que ele denominou de campo superorgânico, ou o
estudo dos padrões de relações dentre os organismos.
Spencer retorna a questão de Comte: o que mantém unida
a sociedade quando esta se torna maior, mais heterogênea, mais complexa e mais
diferenciada? A resposta de Spencer em termos gerais , foi muito simples:
sociedades grandes complexas, desenvolvem:
1) Interdependências
dentre seus componentes especializados;
2) Concentrações
de poder para controlar e coordenar atividades dentre unidades
interdependentes.
Para Spencer a evolução da sociedade engloba o
crescimento e a complexidade que é gerenciada pela interdependência e pelo
poder. Se os padrões da interdependência e concentrações de poder falham ao
surgir na sociedade, ou são inadequados à tarefa , ocorre a dissolução, e a
sociedade se desmorona.
Ao desenvolver resposta à questão básica de Comte,
Spencer fez uma analogia aos corpos orgânicos, argumentando que as sociedades,
como organismos biológicos, devem desempenhar certas funções-chave se elas
quiserem sobreviver. As sociedades devem reproduzir-se; devem produzir bens e
produtos para sustentar os membros ; devem prover a distribuição desses
produtos aos membros da sociedade; e elas devem coordenar e regular as
atividades dos membros. Quando as sociedades crescem e se tornam mais
complexas, revelando muitas divisões e padrões de especialização , estas
funções –chave tornam-se distintas ao longo de três linhas:
1) A operacional
(reprodução e produção );
2) A
distribuidora (o fluxo de materiais e informação);
3) A
reguladora (a concentração de poder para controlar e coordenar).
Spencer é mais bem lembrado por instituir uma teoria
na sociologia conhecida como funcionalismo. Essa teoria expressa a ideia de que
tudo o que existe em uma sociedade contribui para seu funcionamento
equilibrado; de que tudo o que nela existe tem um sentido, um significado.
Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-sociologia-e-as-teorias-sociologicas/23914/#ixzz3gAHbpInH
FIQUE ESPERTO:
HERBERT SPENCER
- Spencer foi o
primeiro sociólogo inglês. Ele acreditava, assim como Comte, que os
agrupamentos humanos podiam ser estudados cientificamente. Em sua obra “Os
princípios da sociologia”, ele desenvolveu uma teoria de organização do homem,
apresentando uma vasta série de dados históricos e etnográficos para
fundamentá-la. Para Spencer, todos os domínios do universo – físico, biológico
e social – desenvolvem-se segundo princípios semelhantes. A tarefa da
sociologia é aplicar esses princípios ao que ele denominou de campo
superorgânico.
- Para Spencer a
evolução da sociedade engloba o crescimento e a complexidade que é gerenciada
pela interdependência e pelo poder. Se os padrões da interdependência e as
concentrações de poder falham ao surgir a sociedade, ou são inadequados à
tarefa, ocorre a dissolução e a sociedade se desmorona.
FUNÇÕES-CHAVE EM UMA
SOCIEDADE COMPLEXA
- Operacional
(reprodução e produção);
- Distribuidora (fluxo
de materiais e informação);
- Reguladora
(concentração de poder para regular e coordenar);
TEORIA DO FUNCIONALISMO
- Essa teoria expressa a ideia de que tudo o que
existe em uma sociedade contribui para o seu funcionamento equilibrado; tudo
que nela existe tem um sentido, um significado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário