3ºANO (E.M) - HISTÓRIA_AULA 17 - CRISE NA REPÚBLICA VELHA E A REVOLUÇÃO DE 1930


AULA 17 – CRISE NA REPÚBLICA VELHA E A REVOLUÇÃO DE 1930

Com a derrota eleitoral, os velhos políticos da Alian­ça Liberal (como Borges de Medeiros) pretenderam compor-se com os vitoriosos, como geralmente acontecia na República Velha. Mas existia na Aliança uma ala de políticos jovens (Maurício Cardoso, Osvaldo Aranha, Lin­dolfo Collor, João Neves, Flores da Cunha, Virgílio de Melo Franco e Francisco Campos) que não se conforma­va com uma situação na qual sua ascensão política per­manecia dependente. Portanto, optaram eles pela via ar­mada e, para isso, aproximaram-se dos tenentes (como Juarez Távora e João Alberto).  A conspiração sofreu várias oscilações por causa da posição conciliatória dos velhos oligarcas da Aliança Li­beral, inclusive do próprio Getúlio Vargas, o que provo­cou seu esfriamento. Porém, foi alentada pela "degola" de deputados federais eleitos por Minas Gerais e Paraíba (maio de 1930), quebrando a Política dos Governadores e pelo assassinato de João Pessoa (julho de 1930) em Re­cife, por motivos ligados a problemas locais, mas que foi ex­plorado politicamente, diga-se de passagem, pelo grupo de conspiradores.

Os tenentes foram aproveitados por sua experiência revolucionária, mas a chefia militar coube ao tenente-co­ronel Góis Monteiro, elemento de total confiança por parte dos políticos gaúchos. No dia 3 de outubro eclodiu a revolta no Rio Grande do Sul, e no dia seguinte, sob a chefia de Juarez Távora, no Nordeste. Dela participavam tropas das milícias estaduais e forças arregimentadas por "coronéis". Das tropas do Exército, várias aderiram ao movimento, algumas se mantiveram neutras, e poucas resistiram. Em vários Estados os governantes puseram-se em fuga. Quando se esperava um choque de grandes proporções entre as tropas que vinham do Sul e as de São Paulo, o presidente Washington Luís foi deposto, no dia 24 de outubro, por um grupo de altos oficiais das Forças Armadas, que tinham a intenção de exercer um papel moderador. Formou-se uma Junta Governativa Provisória, intitulada Junta Pacificadora, integrada pelos generais Mena Barreto e Tasso Fragoso, e pelo almirante Isaías de Noronha. Após algumas hesitações, no dia 3 de novembro, a Junta passou o poder para Getúlio Vargas, que irá governar por 15 anos.

FIQUE ESPERTO:

NA REPÚBLICA DOS CORONÉIS QUEM MANDA É O CAFÉ
- Em 1894, o paulista Prudente de Morais foi eleito o primeiro presidente civil da Primeira República. Sua eleição encerra o período dos governos dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto;
- A presidência de Prudente de Morais (1894-1898) inaugurou a preponderância dos interesses dos cafeicultores no período republicano. Deste momento, até 1930, dois grandes estados – São Paulo e Minas Gerais – assumiriam a liderança política de nosso país;
- Esta hegemonia foi caracterizada pela dominação dos fazendeiros, especialmente de café sobre os demais grupos sociais. Os fazendeiros se ligavam aos governadores (ou presidentes) dos estados, aos deputados e senadores, que formavam as oligarquias estaduais;
- Isso ocorreu porque as estruturas política, econômica e social estavam ligadas ao maior produto da economia nacional – a produção de café.

A POLÍTICA DOS GOVERNADORES
- Teve início no governo Campos Sales (1898-1902). Consistia numa troca mútua de favores entre os governadores estaduais e o Governo Federal. Por acordo, ficou determinado que os grupos políticos que governavam os Estados dariam total apoio ao Governo Federal, que, em troca, só reconheceria a vitória dos deputados que pertencessem ao grupo. Como consequência, formaram-se as oligarquias estaduais;
- Os candidatos que não fizessem parte dessa política seriam "degolados", ou seja, não seriam reconhecidos como vitoriosos. 

CORONELISMO
- Fenômeno social e político típico da República Velha, caracterizado pelo prestígio do político e por seu poder de mando. O chefe político local ou regional era maior ou menor de acordo com o número de votos por ele controlado.

POLÍTICA DO CAFÉ COM LEITE
- A política do café com leite foi um programa nacional, realizado na república velha por dois estados que se completavam, um muito rico e importante em cultivo de café, já o outro um dos maiores estados produtores de leite, e que tinha o maior centro eleitoral, sendo eles: São Paulo e Minas Gerais respectivamente. Essa política marcou toda a República Velha, alternando presidentes mineiros e paulistas no poder. 

O CONVÊNIO DE TAUBATÉ
- Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo republicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de crise. Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o excedente de café e estocava. Esperava-se a alta do preço do café e então os estoques eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal produto de exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café.    


Nenhum comentário:

Postar um comentário