AULA 08 - FILÓSOFOS
ILUMINISTAS: LOCKE, VOLTAIRE E MONTESQUIEU
Considerado um dos mais
importantes pensadores da doutrina liberal, John Locke nasceu em 1632, na
cidade de Wrington, Somerset, região sudoeste da Inglaterra. Era filho de um
pequeno proprietário de terras que serviu como capitão da cavalaria do Exército
Parlamentar. Mesmo tendo origem humilde, seus pais tiveram a preocupação de dar
ao jovem Locke uma rica formação educacional que o levou ao ingresso na
academia científica da Sociedade Real de Londres.
Antes desse período de
estudos na Sociedade Real, Locke já havia feito vários cursos e frequentado
matérias que o colocaram em contato com diversas áreas ligadas às Ciências
Humanas. Refletindo a possibilidade de integração dos saberes, o jovem inglês
nutriu durante toda a sua vida um árduo interesse por áreas distintas do
conhecimento humano. Apesar de todo esse perfil delineado, não podemos sugerir
que Locke sempre teve tendências de faceta liberal.
Quando começou a se
interessar por assuntos políticos, Locke inicialmente defendeu a necessidade de
uma estrutura de governo centralizada que impedisse a desordem no interior da
sociedade. Sua visão conservadora e autoritária se estendia também ao campo da
religiosidade, no momento em que ele acreditava que o monarca deveria
interferir nas opções religiosas de seus súditos. Contudo, seu interesse pelo
campo da filosofia modificou paulatinamente suas opiniões.
Um dos pontos fundamentais
de seu pensamento político se transformou sensivelmente quando o intelectual
passou a questionar a legitimidade do direito divino dos reis. A obra que
essencialmente trata desse assunto é intitulada “Dois Tratados sobre o Governo”
e foi publicada nos finais do século XVII. Em suas concepções, Locke defendia o
estabelecimento de práticas políticas que não fossem contras as leis naturais
do mundo.
Além disso, esse
proeminente pensador observou muitos de seus interesses no campo político serem
tematizados no interior de seu país quando presenciou importantes
acontecimentos referentes à Revolução Inglesa. Em sua visão, um poder que não
garantisse o direito à propriedade e à proteção da vida não poderia ter meios
de legitimar o seu exercício. Ainda sob tal aspecto, afirmou claramente que um
governo que não respeitasse esses direitos deveria ser legitimamente deposto pela
população.
No que se refere à
propriedade, Locke se utiliza de argumentos de ordem teológica para defender a
sua própria existência. Segundo ele, o mundo e o homem são frutos do trabalho
divino e, por isso, devem ser vistos como sua propriedade. Da mesma forma, toda
riqueza que o homem fosse capaz de obter por meio de seu esforço individual
deveriam ser, naturalmente, de sua propriedade.
Interessado em refletir
sobre o processo de obtenção do conhecimento e a importância da educação para o
indivíduo, Locke foi claro defensor do poder transformador das instituições de
ensino. De acordo com seus ensaios, o homem nascia sem dominar nenhuma forma de
conhecimento e, somente com o passar dos anos, teria a capacidade de
acumulá-lo. A partir dessa premissa é que o autor britânico acreditava que as
mazelas eram socialmente produzidas e poderiam ser superadas pelo homem.
O reconhecimento do legado de Locke ocorreu quando
ele ainda era vivo. Durante a vida, teve a oportunidade de ocupar importantes
cargos administrativos e exerceu funções de caráter diplomático. Na Inglaterra,
chegou a ocupar o cargo de membro do Parlamento e defendeu o direito dessa
instituição indicar os ministros que viessem a compor o Estado. Respeitado por
vários outros representantes do pensamento liberal, John Locke faleceu em 1704,
na cidade de Oates, Inglaterra.
Por Rainer Sousa
Equipe Brasil Escola
FIQUE ESPERTO:
JOHN LOCKE
- John Locke foi um
importante filósofo inglês. É considerado um dos líderes da doutrina filosófica
conhecida como empirismo e um dos ideólogos do liberalismo e do iluminismo. Nasceu em 29 de agosto de
1632 na cidade inglesa de Wrington.
BIOGRAFIA
- Locke teve uma vida
voltada para o pensamento político e desenvolvimento intelectual. Estudou Filosofia, Medicina e Ciências
Naturais na Universidade de Oxford, uma das mais conceituadas instituições de
ensino superior da Inglaterra. Foi também professor desta Universidade, onde
lecionou grego, filosofia e retórica.
- No ano de 1683, após a
Revolução Gloriosa na Inglaterra, foi morar na Holanda, retornando para a
Inglaterra somente em 1688, após o restabelecimento do protestantismo. Com a
subida ao poder do rei William III de Orange, Locke foi nomeado ministro do
Comércio, em 1696.Ficou neste cargo até 1700, onde precisou sair por motivo de
doença.
- Locke faleceu em 28 de
outubro de 1704, no condado de Essex (Inglaterra). Nunca se casou ou teve
filhos.
EMPIRISMO FILOSÓFICO
- Para John Locke a busca
do conhecimento deveria ocorrer através de experiências e não por deduções ou
especulações. Desta forma, as experiências científicas devem ser baseadas na
observação do mundo. O empirismo filosófico descarta também as explicações
baseadas na fé.
- Locke também afirmava que
a mente de uma pessoa ao nascer era uma tabula rasa, ou seja, uma espécie de
folha em branco. As experiências que esta pessoa passa pela vida é que vão
formando seus conhecimentos e personalidade. Defendia também que todos os seres
humanos nascem bons, iguais e independentes. Desta forma é a sociedade a
responsável pela formação do indivíduo.
VISÃO POLÍTICA DE LOCKE
- Locke criticou a teoria do
direito divino dos reis, formulada pelo teólogo e bispo francês Jacques
Bossuet. Para Locke, a soberania não reside no Estado, mas sim na população.
Embora admitisse a supremacia do Estado, Locke dizia que este deve respeitar as
leis natural e civil.
- Locke também defendeu a
separação da Igreja do Estado e a liberdade religiosa, recebendo por estas ideias
forte oposição da Igreja Católica.
- Para Locke, o poder
deveria ser dividido em três: Executivo, Legislativo e Judiciário. De acordo
com sua visão, o Poder
Legislativo, por representar o povo, era o mais importante.
- Embora defendesse que
todos os homens fossem iguais, foi um defensor da escravidão. Não relacionava a
escravidão à raça, mas sim aos vencidos na guerra. De acordo com Locke, os
inimigos e capturados na guerra poderiam ser mortos, mas como suas vidas são
mantidas, devem trocar a liberdade pela escravidão.
PRINCIPAIS OBRAS
- Cartas sobre a tolerância
(1689)
- Dois Tratados sobre o
governo (1689)
- Ensaio a cerca do
entendimento humano (1690)
- Pensamentos sobre a
educação (1693)
FRASES DE JOHN LOCKE
- "Não se revolta um
povo inteiro a não ser que a opressão seja geral."
- "A leitura
fornece conhecimento à mente. O pensamento incorpora o que lemos".
- "As ações dos seres
humanos são as melhores intérpretes de seus pensamentos".
VOLTAIRE
(1694 - 1778)
Voltaire é um dos grandes nomes do Iluminismo e
seus escritos se caracterizam pela ironia, vivacidade e polêmica, especialmente
contra as injustiças e a superstição. É um filósofo deísta, ou seja, admite a
existência de Deus, mas nega a qualquer igreja o direito de ser o seu
representante. Defende o que ele chama de religião natural e vê Deus como um
ser distante do mundo, responsável somente pela sua criação e que não interfere
na história dos homens. Além disso, é considerado como cético, laico e
anticlerical.
Em seu pensamento político Voltaire não acreditava
que as nações de sua época estivessem prontas para se tornarem democráticas e
também não defendia a república, pois pensava que o povo não estava pronto para
assumir esses dois modos de governo. Não via com bons olhos a oligarquia e
defendia uma monarquia absoluta esclarecida. Em algumas de suas obras defende a
liberdade política e critica a intolerância religiosa, tendo por mote a
igualdade, justiça e tolerância. Foi contra a tortura, a pena de morte, a
vivisseção e a crueldade imposta aos animais de criação, tinha ainda simpatia pelo
vegetarianismo.
Os homens selvagens são livres e os civilizados tem
que ser tratados com igualdade pela lei, pois muitas vezes são escravos da
guerra e da injustiça. Economicamente defende os primórdios do pensamento
liberal. Em suas viagens pela Holanda e Inglaterra ficou admirado com a
tolerância religiosa, a liberdade de expressão de novas ideias políticas,
científicas e filosóficas difundida nesses países. Se impressiona também com as
novas descobertas científicas de Newton e o empirismo de Locke. Desses dois
autores ele tira sua defesa da pesquisa científica baseada na experimentação e
na busca de leis comuns que explicassem os mais diversos fenômenos naturais.
Seguidor do empirismo, Voltaire defende a pesquisa científica sem a obediência
e a dependência das verdades religiosas.
Voltaire acredita na existência de Deus e diz que
se existe um relógio é porque existe também um relojoeiro, ou seja, a prova da
existência de Deus está na organização e na disposição do universo, se existe
uma obra é porque existe o artesão, o idealizador e construtor dessa obra, esse
artesão é Deus, criador desse universo. Segundo ele, se Deus não existisse
teríamos que inventá-lo, pois toda natureza grita que ele existe. O Deus de
Voltaire é o grande arquiteto dessa máquina de funcionamento perfeito que é o
universo. O Deus de Voltaire não divide as pessoas nem é a causa da
intolerância, é um Deus universal, da mesma forma que a razão é comum a todos
os homens. Crer em Deus é acreditar em algo evidente, mas a evidência da
existência de Deus é possibilitada pela razão e não pela fé. Deus fez o
universo, mas não intervêm mais nele, e, portanto o homem é um ser livre.
O filósofo critica os textos bíblicos e coloca em
dúvida a sua fundamentação histórica e a legitimidade moral de boa parte deles.
Foram grandes as críticas de Voltaire à Igreja Católica que ele considera
infame, supersticiosa, ridícula, absurda, suja de sangue e responsável pelo
fanatismo e pela intolerância religiosa. Em substituição à Igreja Católica ele
defende uma religião natural baseada em uma moral natural, tolerante e que
busca unir os homens espiritualmente respeitando as diferenças culturais.
Por outro lado Voltaire é também contrário ao
materialismo, ao espiritualismo e ao ateísmo. Considera esse último destruidor
das virtudes humanas, diz que para uma sociedade é melhor ter uma religião
falsa do que não ter nenhuma. Critica ainda o Islã, também pelo seu fanatismo. Para
ele a filosofia é o espírito crítico que vai contrapor a tradição para poder
diferenciar o que verdadeiro do que é falso.
FIQUE
ESPERTO:
VOLTAIRE
- Voltaire era o pseudônimo (apelido) de François-Marie Arouet. Foi um
importante ensaísta, escritor e filósofo iluminista francês. Nasceu na cidade
de Paris, em 21 de novembro de 1694 e morreu, na mesma cidade, em 30 de
novembro de 1778. Durante sua vida escreveu diversos ensaios, romances, poemas
e até peças de teatro.
BIOGRAFIA
- Voltaire fazia parte de uma família nobre francesa. Estudou num
colégio jesuíta da França, onde aprendeu latim e grego.
- Em 1713, foi designado como secretário da embaixada da França na
cidade de Haia (Holanda). Em 1726, em função de uma disputa com um nobre
francês, foi preso na Bastilha por cinco meses. Libertado, foi exilado na
Inglaterra, onde viveu na cidade de Londres entre os anos de 1726 e 1728.
- Retornou para a França em 1728 e começou a divulgar idéias
filosóficas, desenvolvidas na fase que viveu em Londres. Estas idéias
baseavam-se, principalmente, nos pensamentos de Newton e John Locke.
- Em 1734, publicou uma de suas grandes obras, Cartas
Filosóficas, em que defende a liberdade ideológica, a tolerância religiosa
e o combate ao fanatismo dogmático.
- Em 1742, viajou para a cidade de Berlim, onde foi nomeado
historiógrafo, acadêmico e cavaleiro da Câmara Real. Em função de conflitos,
precisou sair da Alemanha e foi morar na Suíça.
- Retornou para Paris em 1778, onde morreu neste mesmo ano, no dia 30 de
maio.
PENSAMENTO E IDEIAS DEFENDIDAS POR VOLTAIRE
- Voltaire foi influenciado, no campo da idéias, pelo cientista Isaac
Newton e pelo filósofo John Locke.
- Defendia as liberdades civis (de expressão, religiosa e de
associação).
- Criticou as instituições políticas da monarquia, combatendo o
absolutismo.
- Criticou o poder da Igreja Católica e sua interferência no sistema
político.
- Foi um defensor do livre comércio, contra o controle do estado na
economia.
- Foi um importante pensador do iluminismo francês e suas idéias
influenciaram muito nos processos da Revolução Francesa e de Independência
dos Estados Unidos.
PRINCIPAIS OBRAS
- Édipo, 1718
- Mariamne, 1724
- La Henriade, 1728
- História de Charles XII, 1730
- Brutus, 1730
- Cartas filosóficas, 1734
- Mondain, 1736
- Epître sur Newton, 1736
- Tratado de Metafísica, 1736
- O infante pródigo, 1736
- Elementos da Filosofia de Newton, 1738
- Zulime, 1740
- Zadig ou o destino, 1748
- Le monde comme il va, 1748
- Nanine, ou le Péjugé vaincu, 1749
- O século de Luis XIV, 1751
- Micrômegas, 1752
- Essai sur les mœurs et l'esprit des
Nations, 1756
- Histoire des voyages de Scarmentado écrite par lui-même, 1756
- Le Caffé ou l'Ecossaise, 1760
- Tancredo, 1760
- Histoire d'un bon bramin, 1761
- La Pucelle d'Orléans, 1762
- Tratado sobre a tolerância, 1763
- Dicionário filosófico, 1764
- Jeannot et Colin, 1764
- Petite digression, 1766
- O ingênuo, 1767
- A princesa da Babilônia, 1768
- Questions sur l'Encyclopédie, 1770
- Le Cri du Sang Innocent, 1775
- Dialogues d'Euhémère, 1777
- Irene, 1778
- Agathocle, 1779
FRASES DE VOLTAIRE
- "É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram".
- "A leitura engrandece a alma".
- "Todo aquele que desconfia, convida os outros a
traí-lo."
- "O abuso da graça é afetação; o abuso do sublime, absurdo. Toda
perfeição é um defeito."
- "O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos serviços
prestados à humanidade."
- "A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não
disfarce seu crime com pretexto de justiça."
- "Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e
para fazer o bem uma vez por ano."
- "Que Deus me proteja dos meus amigos. Dos inimigos, cuido
eu."
- "O preconceito é uma opinião não submetida a razão."
- "Tenho um instinto para amar a verdade; mas é apenas um
instinto."
- "Como é horrível odiarmos quem desejávamos amar."
- "O meu ofício é dizer o que penso."
- "A primeira lei da natureza é a tolerância; já que temos todos
uma porção de erros e fraquezas."
- "Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas
respostas."
- "O acaso é uma palavra sem sentido. Nada pode existir sem
causa."
MONTESQUIEU (1689 - 1755)
Conhecido como Charles
Montesquieu, ou barão de Montesquieu, o
filósofo, cientista político e escritor francês Charles-Louis
Secondat nasceu em 18 de Janeiro de
1689 em La Brède, na França, e foi um dos grandes precursores do pensamento iluminista.
Nobre filho de uma família
que tinha negócios com vinho, ele foi criado no luxuoso Castelo de La Brède e
teve o ensinamento básico em casa. Ingressou no Colégio Juilly aos 11 anos e
teve os contatos iniciais com a filosofia iluminista, que tinha uma maneira
peculiar de analisar a ciência, religião, política e a sociedade. Com 16 anos,
entrou para Universidade de Bordeaux e cursou Direito. Depois de formado,
mudou-se para Paris e continuou os estudos, mas teve que voltar após a morte de
seu pai, cinco anos depois, para tomar conta da herança a que tinha direito.
Após casar-se com a rica
protestante Jeanne Lartigue e se tornar pai de dois filhos, em 1716 Secondat
herdou o título de Barão de Montesquieu e ficou responsável
pela Câmara de Bordeaux, para resolver questões jurídicas da região. Enquanto
exercia a presidência da Câmara, resolveu estudar a fundo as áreas do direito
romano, biologia e geologia, usando as ciências naturais como metáforas para
explicar as ciências humanas em seus artigos e teses acadêmicas.
Em 1721, publicou sua
primeira obra de destaque, as "Cartas Persas", onde criticava os
costumes sociais, políticos e religiosos da França do rei Luís XIV sob o prisma de dois
viajantes que trocavam correspondências com persianos de forma satírica, refletindo
o pensamento iluminista que tomou conta da produção intelectual europeia
naquele momento. Com forte crítica à Igreja Católica, a obra analisava a
impossibilidade do homem em chegar ao conhecimento supremo.
A obra teve grande
repercussão nos salões literários parisienses e Montesquieu decidiu largar a vida
jurídica para seguir carreira como escritor. Em seus estudos, viajou pela
Europa passando por Holanda, Alemanha e Itália, tomando conhecimento das obras
de outros pensadores influentes, como Pietro Giannone e Vico. Quando chegou na
Inglaterra, fascinou-se com o sistema
político local e dedicou dois anos para estudá-lo in loco.
Ao voltar para sua terra
natal, redigiu sua obra-prima literária "O Espírito das Leis". Nesta
obra, Montesquieu fez um apanhado das teorias políticas analisadas em suas
viagens pela Europa e definiu três tipos de governos existentes: o monárquico,
onde a população servia a um rei através de leis positivas; o republicano,
regido na mão de várias pessoas guiadas pela virtude; e o despótico, onde o
autoritarismo de um líder podia comprometer os direitos humanos através da
política do medo.
Montesquieu formulou os
princípios básicos para que governos tirânicos fossem evitados. Para isso,
defendeu a separação da máquina política em três
poderes:
- Executivo: ficaria responsável pela
administração pública de uma nação, geralmente exercido por um rei (Monarquia)
ou chefe de Estado (República);
- Legislativo: ficaria responsável pelos
projetos de leis e representaria a Câmara dos Parlamentares;
- Judiciário: ficaria responsável pelo
órgão jurídico e pelo cumprimento das leis dos cidadãos e dos outros dois
poderes, exercidos pelos juízes e magistrados.
Sua teoria teve grande
impacto no iluminismo europeu e serviu de molde para a organização do sistema
político das nações modernas. Apesar da grande visibilidade intelectual,
Montesquieu sofreu duras críticas de alguns setores e sua obra foi proibida de
ser distribuída em território francês após ser colocada no índice do Index
Librorum Prohibitorum, da Igreja Católica. Mesmo assim, ainda conseguiu
publicá-la oficialmente em 1748 em Genebra, Suíça, dividido em dois volumes.
Depois de muita produção
literária e política, aos 66 anos, no dia 10 de fevereiro de 1755, Montesquieu
contraíra uma febre e morrera em Paris, deixando um artigo incompleto para a Enciclopédia
de Diderot e D'Alembert.
Por Tiago Ferreira da Silva
Equipe Infoescola
FIQUE ESPERTO:
MONTESQUIEU
- Charles de Montesquieu foi um importante
filósofo, político e escritor francês. Nasceu em 18 de janeiro de 1689, na
cidade de Bordeaux (França). É considerado um dos grandes filósofos do
iluminismo.
BIOGRAFIA
- Montesquieu nasceu numa
família nobre francesa. Estudou numa escola religiosa de oratória. Após
concluir a educação básica, foi estudar na Universidade de Bordeaux e depois em
Paris. Nestas instituições teve contato com vários intelectuais franceses,
principalmente, com aqueles que criticavam a monarquia absolutista.
- Com a morte do pai em
1714, retornou para a cidade de Bordeaux, tornando-se conselheiro do Parlamento
da cidade. Nesta fase,viveu sob a proteção de seu tio, o barão de Montesquieu.
Com a morte do tio, Montesquieu assume o título de barão, a fortuna e o cargo
de presidente do Parlamento de Bordeaux.
- Em 1715, Montesquieu
casou-se com Jeanne Lartigue. Tornou-se membro da Academia de Ciências de
Bordeaux e, nesta fase, desenvolveu vários estudos sobre ciências. Porém, após
alguns anos nesta vida, cansou-se, vendeu seu título e resolveu viajar pela
Europa. Nas viagens começou a observar o funcionamento da sociedade, os
costumes e as relações sociais e políticas. Entre as décadas de 1720 e 1740,
desenvolveu seus grandes trabalhos sobre política, principalmente, criticando o
governo absolutista e propondo um novo modelo de governo.
- Em 1729, enquanto estava
em viagem pela Inglaterra, foi eleito membro da Royal Society.
- Montesquieu morreu em 10
de fevereiro de 1755, na cidade de Paris.
VISÃO POLÍTICA E IDEIAS DE MONTESQUIEU
- Era contra o absolutismo
(forma de governo que concentrava todo poder do país nas mãos do rei).
- Fez várias críticas ao
clero católico, principalmente, sobre seu poder e interferência política.
- Defendia aspectos
democráticos de governo e o respeito as leis.
- Defendia a divisão do
poder em três: Executivo, Legislativo e Judiciário.
OBRAS PRINCIPAIS
- Cartas Persas (1721)
- O Espírito das Leis
(1748)
- Considerações sobre as
causas da grandeza dos romanos e de sua decadência
- Contribuições para a Enciclopédia
(organizada por Diderot e D'Alembert)
FRASES DE MONTESQUIEU
- "Um governo precisa
apenas vagamente o que a traição é, e vai contribuir para o despotismo".
- "A pessoa que fala
sem pensar, assemelha-se ao caçador que dispara sem apontar."
- "Leis inúteis
enfraquecem as leis necessárias."
- "Quanto menos os
homens pensam, mais eles falam"
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