POVOS DA ANTIGUIDADE:
SOCIEDADES HIDRÁULICAS
CIVILIZAÇÕES
HIDRÁULICAS
Civilização Hidráulica é um termo que faz referência às civilizações que viveram na Mesopotâmia e no Antigo Egito. O
conceito de modo de produção asiático está inserido na teoria marxista, nele estaria a
explicação para sociedades que viviam suas organizações sociais e econômicas
baseadas nos benefícios que as margens de grandes rios oferecia. Desta forma,
haveria uma grande dependência desses povos em relação à condição dos rios
margeados.
O Egito e a Mesopotâmia constituíram-se em duas civilizações que se desenvolveram com relações íntimas com os rios de seus respectivos territórios. Cada qual em sua região, a vida de suas comunidades foi toda planejada e dependente das variações de seus rios. No caso do Egito, o rio que marcou o nascimento e a vida do Império Antigo foi o Nilo, um dos maiores rios do mundo. Já a Mesopotâmia representa através de seu próprio nome, que significa entre rios, a importâncias desses fluxos de água para sua comunidade. Os mesopotâmios residiam e se aproveitavam dos benefícios oferecidos entre os rios Tigre e Eufrates.
As variações dos rios que caracterizavam tais
sociedades determinavam o ritmo da economia e de suas produções. Para
administrar as cheias sazonais, os habitantes que viviam nas margens desses
rios desenvolveram várias técnicas para aprimorar os benefícios. Eram
necessários trabalhos de irrigação que permitiam utilizar as terras com mais
qualidade para agricultura.
De acordo com a teoria marxista, o domínio dessas
técnicas e a importância das cheias dos rios para a economia das comunidades
determinavam a estrutura política das mesmas. A complexidade de tal sistema
resultaria em um estado de servidão que era baseado em um forte governo
centralizado, responsável por administrar todo o povo e distribuir os
excedentes da agricultura.
O conceito de Civilização Hidráulica foi expandido e, hoje, não está
mais restrito às civilizações do Egito e da Mesopotâmia. Essa mesma noção de
grande dependência dos rios e sua notória influência na vida da comunidade é
utilizada também para explicar duas outras grandes sociedades que se
organizaram em torno de rios: a China e a Índia.
No primeiro caso, os chineses organizaram a vida social e econômica em torno
dos rios Amarelo e Yang-Tsé. Já a Índia se estruturou com base nos rios Indo e
Ganges.
Atualmente, a teoria marxista que explica o modo de
produção asiático vem sendo questionada. Novas descobertas arqueológicas
colocam em questão a organização de tais sociedades e suas relações com os rios.
A maneira rígida apresentada pelos marxistas de grande dependência dos
benefícios dos fluxos de água e a implicância que possuíam na organização
social parece que não estava tão correta como se imaginava. É certo que tais
sociedades possuíam íntima relação com os rios e deles dependiam para grande
parte de sua produção, mas acredita-se que a organização política e social
possuía características mais complexas e uma realidade mais dinâmica.
ANTÔNIO GASPARETTO JÚNIOR
CRESCENTE
FÉRTIL
Crescente fértil é o nome dado a uma região do Oriente Médio, historicamente habitada por
diversos povos e civilizações desde os mais primitivos estágios de evolução do
homem moderno. Seu nome deriva precisamente do fato dessa região, em forma de
lua crescente, ser extremamente propícia à agricultura, literalmente
"rasgando" áreas desérticas completamente inóspitas, impróprias para
povoamento constante e estável.
Tal condição vantajosa à ocupação humana advém do fato
dessa região acompanhar o curso dos rios Tigre e Eufrates,
(que nascem entre as montanhas Taurus, localizadas na atual Turquia) permitindo
assim o pleno acesso a água potável, que também serve para a irrigação das
lavouras locais, bem como para criação de gado.
O Crescente abrange as áreas da Mesopotâmia e do Levante (os territórios ou partes
dos territórios de Palestina,
Israel, Jordânia, Líbano, Síria e Chipre),
delimitado ao sul pelo deserto da Síria e ao norte o Planalto da Anatólia.
A região é frequentemente denominada o "berço da
civilização", por ser ali o local de nascimento e desenvolvimento de
vários povos, que atestadamente, antes de quaisquer outros em outras regiões do
planeta, iniciaram o processo de desenvolvimento civilizatório como até hoje o
reconhecemos, como por exemplo, através do estabelecimento em um determinado
local em detrimento do nomadismo, o desenvolvimento de cidades, da agricultura,
da roda, da escrita, de diversas ferramentas, além do desenvolvimento do
comércio, isso tudo já existente por volta de 8000 anos atrás naquela mesma
área.
Apesar da primazia da região, e de sua antiguidade com
relação à ocupação humana, o termo "Crescente Fértil" é de criação
bastante recente, tendo sido utilizado pela primeira vez pelo arqueólogo James
Henry Breasted, na sua obra "Ancient
Records of Egypt", de 1906. Tendo sido considerada bastante
feliz tal expressão, esta passou então a ser de comum uso dentre os mais
diversos estudiosos.
Além de área estratégica de passagem entre a África e
a Eurásia, o Crescente Fértil também abriga uma rica biodiversidade.
As mudanças durante as eras glaciais contribuíram para o constante surgimento e
extinção de várias espécies animais e vegetais locais.
Obviamente, torna-se indispensável mencionar o rico
legado arqueológico contido no Crescente Fértil, pela sua imediata ocupação,
datada mesmo antes do surgimento do homem moderno, habitante de cidades,
cultivador e criador de gado. Vestígios de culturas pré-modernas (homens
pré-históricos, caçadores/coletores) bem como das primeiras culturas modernas
estão por toda parte do denominado Crescente Fértil.
Os estados que atualmente possuem terras localizadas
no Crescente Fértil são: Iraque, Jordânia, Líbano, Síria, Egito, Israel e
Palestina, além da parte sul da Turquia e da área mais ocidental do território
do Irã.
Disponível em:
http://www.historiadigital.org/2010/05/saiba-o-que-e-crescente-fertil.html
MODO
DE PRODUÇÃO ASIÁTICO
Recebe o nome de "modo de produção asiático"
o modo como se estruturava a economia e a produção de bens nos primeiros
estados surgidos no Oriente, como por exemplo Índia, China e Egito. A agricultura,
que fez o homem abandonar o nomadismo, continuava sendo a mola propulsora de
todas as comunidades mais avançadas que iam surgindo, mas agora, quem era
responsável pelo cultivo eram comunidades de camponeses presos à terra, que não
podiam abandonar seu local de trabalho e viviam sob um regime de servidão
coletiva, ou seja, os responsáveis, em última análise, pelo sustento de todo um
estado, já sofriam sob um regime de exploração de alguém que conseguiu
arregimentar poder através da força.
Logicamente, todas as terras pertenciam ao Estado,
representado pelas figuras do imperador, rei ou faraó, que se apropriavam do
excedente agrícola, dividindo-o entre a nobreza, formada por sacerdotes e
guerreiros. Esse cenário caracterizava um estado centralizador, onde reis ou
imperadores eram venerados como verdadeiros deuses, e por isso mesmo, tinham o
poder de controlar a produção de alimentos, favorecendo ou não o seu povo,
mediante satisfação de seus desígnios. Nos períodos entre safras, era comum o
deslocamento de grandes levas de servos e escravos que iriam trabalhar nas
imensas obras públicas, especialmente canais de irrigação e monumentos.
Este tipo de poder recebeu o nome de despotismo oriental, e suas características
principais eram a formação de grandes comunidades agrícolas e apropriação do
excedente de produção, tornando estas civilizações as primeiras sociedades
estratificadas, ou sociedades de classe. O ser humano completava assim, um
ciclo, de indivíduo nômade, coletor a membro de uma sociedade de classes.
A partir daí, predominaria um modelo de servidão onde
de um lado ficavam os exploradores, e do outro, os explorados, embora nessa
época o conceito de propriedade privada fosse pouco difundido. A servidão
coletiva era o modo de pagamento ao rei, imperador ou faraó pela utilização das
terras.
Apesar da diferença de séculos entre as várias
civilizações antigas que se desenvolveram do Norte da África ao Extremo Oriente,
pode-se afirmar com segurança que todas estas nações dividiram muito dos
conceitos aqui abordados e que receberam coletivamente o nome de modo de
produção asiático. Da Etiópia, Sudão, Egito Antigo, passando pela Suméria,
Babilônia, Assíria, antigas civilizações do vale do Indo e chegando até à China
Histórica, os modelos se repente em uma coincidência impressionante, com
monarcas fortes, apoiados por uma nobreza que se beneficiava do poder do chefe
de estado, e de um grupo militar e clero que reforçavam a exploração do grupo
no poder em relação à população que era visivelmente explorada.
GLUFKE, Carlos E. C.. Modo de produção asiático. Disponível
em: <http://carloshistoria.blogspot.com/2006/09/modo-de-produo-asitico.html>
SOCIEDADE
- Sedentária, moradia fixa.
- Hidráulicas, território fixado ao
longo das margens de rios.
- Agricultura irrigada, grandes canais de
irrigação dos rios até grandes plantações.
ESTADO
- Teocrático, os governantes
estavam diretamente ligados à religião, a religião era um elemento justificador
do poder político.
- Governos despóticos, uma única pessoa simboliza
o poder político (autocracia).
- Burocracia desenvolve-se a escrita,
uma ferramenta de administração do Estado. No Estado burocrático o domínio da
escrita é fundamental para a produção das leis (burocracia = buro “escrita”
crácia “governo”).
ECONOMIA
- Propriedade estatal da terra, o Estado
era dono de todas as terras dentre seu território.
- Regime de servidão
coletiva, os moradores trabalhavam
nas terras e parte do que produziam era repassado ao Estado, isso é chamado de
corveia real, um tipo de aluguel da terra. Eram portanto servos do Estado e não
escravos.
- Numero reduzido de
escravos, prisioneiros de guerra
que não representavam um tipo de economia significativa.
CULTURA E RELIGIÃO
- Sociedade estamental, sem mobilidade social, nada que o indivíduo fizesse poderia mudar sua condição social.
- Religião politeísta de característica antropozoomorfico,
acreditava em vários deuses e estes deuses normalmente tinham características
humanas e animais.
- Crença na vida após a
morte.
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