1º ANO_ENSINO MÉDIO_AULA 05 - POVOS DA ANTIGUIDADE: SOCIEDADES HIDRÁULICAS

POVOS DA ANTIGUIDADE: SOCIEDADES HIDRÁULICAS

 

CIVILIZAÇÕES HIDRÁULICAS

Civilização Hidráulica é um termo que faz referência às civilizações que viveram na Mesopotâmia e no Antigo Egito. O conceito de modo de produção asiático está inserido na teoria marxista, nele estaria a explicação para sociedades que viviam suas organizações sociais e econômicas baseadas nos benefícios que as margens de grandes rios oferecia. Desta forma, haveria uma grande dependência desses povos em relação à condição dos rios margeados.

 

O Egito e a Mesopotâmia constituíram-se em duas civilizações que se desenvolveram com relações íntimas com os rios de seus respectivos territórios. Cada qual em sua região, a vida de suas comunidades foi toda planejada e dependente das variações de seus rios. No caso do Egito, o rio que marcou o nascimento e a vida do Império Antigo foi o Nilo, um dos maiores rios do mundo. Já a Mesopotâmia representa através de seu próprio nome, que significa entre rios, a importâncias desses fluxos de água para sua comunidade. Os mesopotâmios residiam e se aproveitavam dos benefícios oferecidos entre os rios Tigre e Eufrates.

As variações dos rios que caracterizavam tais sociedades determinavam o ritmo da economia e de suas produções. Para administrar as cheias sazonais, os habitantes que viviam nas margens desses rios desenvolveram várias técnicas para aprimorar os benefícios. Eram necessários trabalhos de irrigação que permitiam utilizar as terras com mais qualidade para agricultura.

 

De acordo com a teoria marxista, o domínio dessas técnicas e a importância das cheias dos rios para a economia das comunidades determinavam a estrutura política das mesmas. A complexidade de tal sistema resultaria em um estado de servidão que era baseado em um forte governo centralizado, responsável por administrar todo o povo e distribuir os excedentes da agricultura.

 

O conceito de Civilização Hidráulica foi expandido e, hoje, não está mais restrito às civilizações do Egito e da Mesopotâmia. Essa mesma noção de grande dependência dos rios e sua notória influência na vida da comunidade é utilizada também para explicar duas outras grandes sociedades que se organizaram em torno de rios: a China e a Índia. No primeiro caso, os chineses organizaram a vida social e econômica em torno dos rios Amarelo e Yang-Tsé. Já a Índia se estruturou com base nos rios Indo e Ganges.

 

Atualmente, a teoria marxista que explica o modo de produção asiático vem sendo questionada. Novas descobertas arqueológicas colocam em questão a organização de tais sociedades e suas relações com os rios. A maneira rígida apresentada pelos marxistas de grande dependência dos benefícios dos fluxos de água e a implicância que possuíam na organização social parece que não estava tão correta como se imaginava. É certo que tais sociedades possuíam íntima relação com os rios e deles dependiam para grande parte de sua produção, mas acredita-se que a organização política e social possuía características mais complexas e uma realidade mais dinâmica.

ANTÔNIO GASPARETTO JÚNIOR


CRESCENTE FÉRTIL




Crescente fértil é o nome dado a uma região do Oriente Médio, historicamente habitada por diversos povos e civilizações desde os mais primitivos estágios de evolução do homem moderno. Seu nome deriva precisamente do fato dessa região, em forma de lua crescente, ser extremamente propícia à agricultura, literalmente "rasgando" áreas desérticas completamente inóspitas, impróprias para povoamento constante e estável.

Tal condição vantajosa à ocupação humana advém do fato dessa região acompanhar o curso dos rios Tigre e Eufrates, (que nascem entre as montanhas Taurus, localizadas na atual Turquia) permitindo assim o pleno acesso a água potável, que também serve para a irrigação das lavouras locais, bem como para criação de gado.

 

O Crescente abrange as áreas da Mesopotâmia e do Levante (os territórios ou partes dos territórios de Palestina, Israel, Jordânia, Líbano, Síria e Chipre), delimitado ao sul pelo deserto da Síria e ao norte o Planalto da Anatólia.

 

A região é frequentemente denominada o "berço da civilização", por ser ali o local de nascimento e desenvolvimento de vários povos, que atestadamente, antes de quaisquer outros em outras regiões do planeta, iniciaram o processo de desenvolvimento civilizatório como até hoje o reconhecemos, como por exemplo, através do estabelecimento em um determinado local em detrimento do nomadismo, o desenvolvimento de cidades, da agricultura, da roda, da escrita, de diversas ferramentas, além do desenvolvimento do comércio, isso tudo já existente por volta de 8000 anos atrás naquela mesma área.

 

Apesar da primazia da região, e de sua antiguidade com relação à ocupação humana, o termo "Crescente Fértil" é de criação bastante recente, tendo sido utilizado pela primeira vez pelo arqueólogo James Henry Breasted, na sua obra "Ancient Records of Egypt", de 1906. Tendo sido considerada bastante feliz tal expressão, esta passou então a ser de comum uso dentre os mais diversos estudiosos.

Além de área estratégica de passagem entre a África e a Eurásia, o Crescente Fértil também abriga uma rica biodiversidade. As mudanças durante as eras glaciais contribuíram para o constante surgimento e extinção de várias espécies animais e vegetais locais.

 

Obviamente, torna-se indispensável mencionar o rico legado arqueológico contido no Crescente Fértil, pela sua imediata ocupação, datada mesmo antes do surgimento do homem moderno, habitante de cidades, cultivador e criador de gado. Vestígios de culturas pré-modernas (homens pré-históricos, caçadores/coletores) bem como das primeiras culturas modernas estão por toda parte do denominado Crescente Fértil.

Os estados que atualmente possuem terras localizadas no Crescente Fértil são: Iraque, Jordânia, Líbano, Síria, Egito, Israel e Palestina, além da parte sul da Turquia e da área mais ocidental do território do Irã.

 

Disponível em: http://www.historiadigital.org/2010/05/saiba-o-que-e-crescente-fertil.html 

MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO

 

Recebe o nome de "modo de produção asiático" o modo como se estruturava a economia e a produção de bens nos primeiros estados surgidos no Oriente, como por exemplo Índia, China e Egito. A agricultura, que fez o homem abandonar o nomadismo, continuava sendo a mola propulsora de todas as comunidades mais avançadas que iam surgindo, mas agora, quem era responsável pelo cultivo eram comunidades de camponeses presos à terra, que não podiam abandonar seu local de trabalho e viviam sob um regime de servidão coletiva, ou seja, os responsáveis, em última análise, pelo sustento de todo um estado, já sofriam sob um regime de exploração de alguém que conseguiu arregimentar poder através da força.

 

Logicamente, todas as terras pertenciam ao Estado, representado pelas figuras do imperador, rei ou faraó, que se apropriavam do excedente agrícola, dividindo-o entre a nobreza, formada por sacerdotes e guerreiros. Esse cenário caracterizava um estado centralizador, onde reis ou imperadores eram venerados como verdadeiros deuses, e por isso mesmo, tinham o poder de controlar a produção de alimentos, favorecendo ou não o seu povo, mediante satisfação de seus desígnios. Nos períodos entre safras, era comum o deslocamento de grandes levas de servos e escravos que iriam trabalhar nas imensas obras públicas, especialmente canais de irrigação e monumentos.

 

Este tipo de poder recebeu o nome de despotismo oriental, e suas características principais eram a formação de grandes comunidades agrícolas e apropriação do excedente de produção, tornando estas civilizações as primeiras sociedades estratificadas, ou sociedades de classe. O ser humano completava assim, um ciclo, de indivíduo nômade, coletor a membro de uma sociedade de classes.

A partir daí, predominaria um modelo de servidão onde de um lado ficavam os exploradores, e do outro, os explorados, embora nessa época o conceito de propriedade privada fosse pouco difundido. A servidão coletiva era o modo de pagamento ao rei, imperador ou faraó pela utilização das terras.

 

Apesar da diferença de séculos entre as várias civilizações antigas que se desenvolveram do Norte da África ao Extremo Oriente, pode-se afirmar com segurança que todas estas nações dividiram muito dos conceitos aqui abordados e que receberam coletivamente o nome de modo de produção asiático. Da Etiópia, Sudão, Egito Antigo, passando pela Suméria, Babilônia, Assíria, antigas civilizações do vale do Indo e chegando até à China Histórica, os modelos se repente em uma coincidência impressionante, com monarcas fortes, apoiados por uma nobreza que se beneficiava do poder do chefe de estado, e de um grupo militar e clero que reforçavam a exploração do grupo no poder em relação à população que era visivelmente explorada.


GLUFKE, Carlos E. C.. Modo de produção asiático. Disponível em: <http://carloshistoria.blogspot.com/2006/09/modo-de-produo-asitico.html> 

 

SOCIEDADE

 

- Sedentária, moradia fixa.

- Hidráulicas, território fixado ao longo das margens de rios.

- Agricultura irrigada, grandes canais de irrigação dos rios até grandes plantações.

 

ESTADO

 

- Teocrático, os governantes estavam diretamente ligados à religião, a religião era um elemento justificador do poder político.

- Governos despóticos, uma única pessoa simboliza o poder político (autocracia).

- Burocracia desenvolve-se a escrita, uma ferramenta de administração do Estado. No Estado burocrático o domínio da escrita é fundamental para a produção das leis (burocracia = buro “escrita” crácia “governo”).

 

ECONOMIA

 

- Propriedade estatal da terra, o Estado era dono de todas as terras dentre seu território.

- Regime de servidão coletiva, os moradores trabalhavam nas terras e parte do que produziam era repassado ao Estado, isso é chamado de corveia real, um tipo de aluguel da terra. Eram portanto servos do Estado e não escravos.

- Numero reduzido de escravos, prisioneiros de guerra que não representavam um tipo de economia significativa.

 

CULTURA E RELIGIÃO

 - Sociedade estamental, sem mobilidade social, nada que o indivíduo fizesse poderia mudar sua condição social.

- Religião politeísta de característica antropozoomorfico, acreditava em vários deuses e estes deuses normalmente tinham características humanas e animais.

- Crença na vida após a morte.





















Nenhum comentário:

Postar um comentário