AULA 04 - DIVISÃO TRADICIONAL
DA HISTÓRIA E NOÇÕES DE TEMPO
DIVISÃO
TRADICIONAL DA HISTÓRIA
A história
tradicionalmente divide-se em cinco grandes períodos: Pré-História, Idade Antiga, Idade
Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Muitos estudiosos criticam
essa divisão por diversos motivos, entre os quais cabe citar:
Primeiro
porque ela valoriza os fatos importantes para os povos
da Europa e desconsidera o que se passava, por exemplo, na África ou na Ásia; Segundo
porque ainda há povos que não utilizam a escrita, o que não quer dizer que não
possuam história.
LINHA
DO TEMPO
A linha do
tempo é uma forma de visualizar a sequencia dos eventos. Basicamente linha do
tempo é uma reta com marco de datas. Nesta reta são situados os fatos ocorridos
no passado, distribuídos na ordem que se sucederam. Na linha do tempo
percebemos que muito fato não tem entre si apenas uma relação de sucessão,
muitos deles ocorrem simultaneamente, ou seja, ao mesmo tempo.
NOÇÕES
DE TEMPO
Tempo
significa passagem, mudança. Cada pessoa tem uma própria maneira de perceber e
viver o tempo, dependendo de seu estado de espírito e da época em que
vive. Se estamos felizes o tempo voa, se
estamos tristes parece que as horas e os dias não passam. Como dizia
Cazuza “ O tempo não para”.
-Tempo Cronológico: É o tempo medido através do
relógio e dos calendários.
-Tempo Geológico: Esse tempo refere-se às mudanças
ocorridas no planeta.
-Tempo Histórico: Está relacionado às mudanças nas
sociedades humanas. Começa quando o ser humano surgiu na terra.
FIQUE
ESPERTO:
- Embora dimensionar o tempo seja fundamental para o
estudo da História, ele não tem um conceito uniforme nem valor universal. O
tempo existe em virtude de determinado fato ou realidade histórica.
- O tempo não é um conceito universal. Possui diversas
variações e particularidades.
- Simultaneidade: Acontecimentos simultâneos em
diferentes locais.
TEMPO
HISTÓRICO: Conjunto de características de uma sociedade em
determinado período de sua História.
TEMPO
CRONOLÓGICO: É o tempo determinado, medido pelo relógio, contado em
anos, séculos, milênios, etc.
CONTAGEM DOS SÉCULOS
Anos
terminados em 00: Se o ano
termina em dois zeros retiram-se os dois últimos zeros e o valor que ficar corresponde
ao século (Ex: 1500 -> 15 -> século XV);
Anos
terminados em algarismos diferentes de 00: Retiram-se os
dois últimos algarismos e adiciona-se 1 (um) ao valor que sobrar. O resultado
corresponde ao século. (Ex: 1520 -> 15 + 1 -> 16 -> século XVI).
Se os
anos estão na mesma era (a.C. ou d.C.): Diminui-se o
menor valor do ano do maior valor do ano. (Ex: entre 200 d.C. e 1.800 d.C. =
1.800 - 200 = 1.600 anos transcorridos);
Se os
anos estão em era distintas (a.C. ou d.C.): Somam-se os
valores dos anos (Ex: entre os anos 1.200 a.C. e 1.800 d.C. = 1.200 + 1.800 = 3.000 anos transcorridos).
VAMOS APRENDER DE VEZ A CONTAGEM DOS SÉCULOS? ASSISTA O VÍDEO DO CANAL ANIMAHISTÓRIA A SEGUIR:
HISTÓRIA E
MEMÓRIA
As sociedades humanas sempre se preocuparam em
transmitir sua memória para as gerações futuras. A memória compõe-se dos
testemunhos preservados do passado de uma sociedade, ou de grupos que dela
faziam parte, que permitem a reconstituição da sua história.
Em algumas sociedades, os testemunhos estão guardados
nos mitos e nas lendas, que são passados oralmente de geração para geração.
Outras sociedades deixaram seus testemunhos em obras de literatura, em
construções, cartas, objetos, etc. Infelizmente, em geral, os registros que
chegaram até nós representam apenas uma parte da vida dessas sociedades.
CULTURA
Apesar
de existirem várias definições possíveis para a palavra ‘cultura’, entende-se
que cultura é tudo aquilo que foi produzido pelos homens, produto da ação
humana, portanto, não natural.
Dessa
forma, pode-se dividir a cultura em material (artefatos produzidos pelo homem, independente
do material, das dimensões ou de suas finalidades) e imaterial (ideias,
teorias, concepções sobre o mundo e a vida, valores).
É
importante notar que os artefatos que fazem parte da cultura material foram
produzidos a partir de concepções, ideias e projetos, ou seja, da cultura
imaterial. Em outras palavras, qualquer objeto produzido ao longo da história,
nos permite estudar também a cultura imaterial.
AÇÕES E
SUJEITOS HISTÓRICOS
A História é
construção. O processo histórico, portanto, não é o somatório das intenções
individuais e, muito embora os indivíduos tenham a iniciativa para transformações
e ações, o resultado dessas investidas será sempre imprevisto.
PROCESSO
HISTÓRICO
O
desenrolar da História de cada sociedade é muito característico, é único; não
há leis para suas transformações, pois se acredita que cada uma mude segundo
ritmos e formas específicas. As alterações são decorrentes da ação dos próprios
homens, sujeitos e agentes da História.
A HISTÓRIA AO LONGO DO TEMPO
A HISTÓRIA NA IDADE MÉDIA
- Com a ascensão do Cristianismo,
entre os século V e XV, a narrativa histórica submete-se à Igreja e a vontade
divina volta a ser determinante.
- A partir do século XII, buscando
legitimar o poderio dos senhores feudais, a genealogia ganha força e relatos
históricos que glorifiquem os burgos passam a ser encomendados pelas
autoridades locais.
HISTÓRIA RENASCENTISTA
- Buscando resgatar o conhecimento da
antiguidade greco-romana, humanistas afastam a concepção teológica da História.
- A coleta e análise de documentos
antigos torna-se o ponto central da História.
- A História passa a ser auxiliada
por diversas disciplinas, como a Diplomática, a Cronologia e a Arqueologia.
HISTÓRIA CIENTIFICISTA
- A partir do século XVIII, com
contribuições de Ranke e Comte, a
narrativa histórica passa a ter tratamento científico.
- O objeto estudado passa a ser
submetido à prova e contraprova antes de ter sua verdade divulgada.
- Acreditava-se que a História era
uma “ciência do passado” e, como tal, registrava os fatos tal qual ocorreram.
- Deste modo, uma vez que os fatos
fossem resgatados a partir dos documentos escritos, ordenados em sequência
cronológica e narrados em ordem linear, não se poderia questionar a verdade ali
registrada.
ESCOLA DOS ANNALES
- Os criadores da revista Annales,
Lucien Febvre e Marc Bloch, propunham, em 1929, a retomada dos debates críticos
sobre a construção do conhecimento histórico.
- A revista tornou-se um ponto de
encontro e de debates entre historiadores e cientistas sociais.
- Nascida em época de crise econômica
a primeira fase dos annales foi marcada por estudos econômicos da
conjuntura, estimulando o estudo dos preços e salários.
- A partir dos annales a
História passa a contar com a contribuição de diversas áreas, como a
Antropologia, a Psicologia, a Sociologia, a Economia, a Geografia, a Filosofia,
a Arqueologia e a Linguística.
- Todo vestígio produzido pelos seres
humanos passa a ser considerado um documento histórico, propiciando, com isso,
o surgimento de diversos campos do estudo histórico.
Foi
a partir da Escola dos Annales, no início do século XX, que os historiadores
contemporâneos passaram a se mostrar acessíveis as novas fontes para se fazer
história. Essa abertura significativa
permitiu que novas fontes e linguagens viessem também a agregar e enriquecer o
ensino de história, tornando-o mais dinâmico e, por vezes, menos sistematizado
em datas, eventos, heróis ou personagens.
Dentre
essas novas linguagens e possibilidades podemos elencar a televisão, a
internet, as revistas, os jornais e as fotografias. Alguns desses elementos só
foram surgir a partir do século XX e, em um curto espaço de tempo, causaram
impacto no modo e na velocidade de se produzir e reproduzir conhecimento e
informação.
MUDANÇAS
NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA A PARTIR DOS ANOS 70
- O aluno passa a ser visto como construtor do
conhecimento e sujeito da história
- A História assume a função de formar cidadãos
críticos e com capacidade crítica e reflexiva
- Uso de novas abordagens, metodologias e fontes.
- História do cotidiano, das mulheres, dos escravos,
dos operários, etc.
Nenhum comentário:
Postar um comentário