3ºANO (E.M) - HISTÓRIA_AULA 04 - REPÚBLICA DA ESPADA – TEXTO COMPLEMENTAR


AULA 04 – REPÚBLICA DA ESPADA – TEXTO COMPLEMENTAR

O movimento que foi responsável pela queda política da monarquia e pela proclamação da República foi composto por, pelo menos, três grupos que se opunham ao Estado imperial. Das três facções que criticavam o governo, somente duas encabeçaram diretamente a proclamação: os oficiais do Exército (positivistas) e os fazendeiros paulistas (federalistas). O outro grupo, os “jacobinos”, que propunham um regime popular baseado em um liberalismo radical foi marginalizado do movimento que culminou com a parada militar do dia 15 de novembro de 1889, que marcou simbolicamente o fim do período imperial.
Entretanto, após a proclamação formal, as propostas republicanas que se formaram ao longo das discussões políticas entre militares e fazendeiros passaram a causar uma série de choques entre os dois grupos. Isso é fácil de compreender na medida em que os oficiais militares defendiam uma proposta centralizadora para o Estado (ditadura) com ênfase em um processo de industrialização e os cafeicultores do PRP que pregavam uma estrutura descentralizada em que o Estado fosse o mediador da autonomia dos estados da Federação.

OS GABINETES DA REPÚBLICA DA ESPADA

As duas posições conflituosas começaram a colidir com a luta entre o gabinete provisório de Deodoro da Fonseca (1889-1891) e a Assembleia Constituinte que fora composto por latifundiários dos PR’s. As hostilidades tornavam a administração do presidente muito difícil, pois buscava-se, acima de tudo, manter o novo regime vivo e escapar às investidas de grupos políticos que ainda teimavam em recompor a monarquia. O primeiro grande momento de aparição da oligarquia agrária foi na Constituição de 1891. Com grande influência política, os latifundiários passaram a influenciar na criação de leis que beneficiavam a proposta federalista de República. O Brasil passou a se chamar República Federativa do Brasil e ficou definido que o país garantiria a autonomia dos estados diante do poder do presidente.
As disputas tornaram-se cada vez mais conflituosas, a ponto de Deodoro ter sido obrigado a renunciar à presidência após curtos sete meses de ter assumido efetivamente o governo. Sucedeu-o em novembro de 1891, o militar Marechal Floriano Peixoto em decorrência da tentativa de Deodoro em reforçar o seu poder, tentando restaurar o já extinto Poder Moderador imperial. Floriano, embora fosse militar e positivista, na prática não ofereceu grandes resistências aos projetos dos civis cafeicultores. Muito pelo contrário, seu governo foi envolto em uma série de conspirações dentro das próprias forças armadas que o impediram de construir uma vigorosa oposição aos latifundiários.
A revolta dos marinheiros (Revolta da Armada), as lutas entre maragatos e pica-paus do Rio grande do Sul (Revolta Federalista) e a insurreição social dos marinheiros (Revolta da Chibata) praticamente paralisaram qualquer ação política de unificação/centralização que viesse do presidente. A República estava em perigo e cabia ao governante apresentar uma solução viável para o país. Dessa forma, a presidência de Floriano acabou atrelada ao principal projeto que todos os republicanos defendiam, independentemente de suas ideologias políticas: o da consolidação do novo regime. Na realidade, a “República da Espada” representou um momento de crises que ameaçavam o recém inaugurado regime e, em virtude disso, um período de indefinições de instabilidades internas. O novo regime começou realmente a ser definido com a sucessão de Floriano, quando um civil, o primeiro da história da República, assumiu a presidência: Prudente de Morais (1894-1898). Iniciava-se aí a chamada “República das Oligarquias”.

FIQUE ESPERTO:

REPÚBLICA DA ESPADA
- República da Espada é o nome que se dá ao período inicial da República no Brasil (entre 1889 e 1894). Ganhou este nome, pois o Brasil foi governado por dois militares neste período: Marechal Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.
Após a Proclamação da República (15/11/1889), as oligarquias brasileiras temiam a volta da monarquia, pois sabiam que esta fase de transição poderia ser um momento de fragilidade política. Portanto, confiaram esta fase inicial do regime republicano ao exército para garantir a instauração da República. Tanto os militares quanto os ricos cafeicultores da região sudeste não desejavam o retorno ao regime monárquico.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
- Ações voltadas para a transição do regime monárquico para o republicano;
- Instalação e consolidação das instituições da República como, por exemplo, o sistema eleitoral;
- Adesão aos ideais do positivismo;
- Estabelecimento do Estado Laico (separação entre o Estado e a Igreja);
- Manutenção das oligarquias agrárias no poder, principalmente dos cafeicultores da região sudeste.

GOVERNO PROVISÓRIO DE DEODORO DA FONSECA (1889 a 1891)
- Foi estabelecido para garantir a transição da Monarquia para a República, formar um governo de transição e resolver os problemas mais urgentes.
- Abolição das instituições da Monarquia;
- Anulação da Constituição de 1824;
- Convocação de eleições para uma Assembleia Constituinte.

 GOVERNO CONSTITUCIONAL DE DEODORO DA FONSECA (1891)
- Após o fim do período provisório, Deodoro da Fonseca se manteve no poder com apoio dos militares, cafeicultores e políticos que representavam as oligarquias agrárias do país. Porém, foi um período muito conturbado e de grande pressão política. A crise econômica era grande e os militares deixaram de dar apoio ao governo após este fechar o Congresso, desrespeitando a Constituição, e convocar novas eleições. Com pouco apoio político, Deodoro renunciou em 23 de novembro de 1891.

GOVERNO FLORIANO PEIXOTO (1891 a 1894)
- De acordo com a Constituição, se um presidente não completasse dois anos de mandado, ao renunciar, deveriam ser convocadas eleições presidenciais. Porém, o marechal Floriano Peixoto assumiu o poder e não convocou eleições.
- Enfrentamento de revoltas como, por exemplo, A revolta da Armada (1893) e a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul (1893);
- Adoção de medidas populares: redução dos valores dos aluguéis, redução de imposto sobre a carne, construção de casas populares;
- Forma de governar marcada pelo nacionalismo;
- Medidas econômicas protecionistas, visando proteger a nascente indústria brasileira.

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