AULA 04 – A REVOLUÇÃO
CIENTÍFICA DO SÉCULO XVII E O ILUMINISMO SETECENTISTA
A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA DO SÉCULO XVII E O
ILUMINISMO SETECENTISTA
Introdução:
- A ciência: Pode-se dizer que a Ciência como ela mais
ou menos é hoje surgiu na Europa do século XVII, principalmente com os
trabalhos de Galileu, Descartes e Newton. Trata-se de uma forma de pensar nova,
baseada na relação de conhecimento entre sujeito e objeto e tem como primado
central o uso da razão.
- O Iluminismo ou Ilustração: Foi um movimento
de pensadores dos XVIII herdeiros de Descartes e que defendiam a liberdade, o
racionalismo, o progresso do homem, o fim do absolutismo e o anticlericalismo.
O movimento iluminista mais conhecido é o francês, mas há iluministas em outros
países. Foi importantíssimo, pois deu embasamento teórico às revoluções
burguesas e todo o mundo burguês do século XIX.
O surgimento da
ciência moderna:
- O método científico: O século XVII é
marcado pelo surgimento do método científico e, por consequência, da própria
ciência. Condenava-se a tradição e todas as formas de conhecimento não
racionais.
Descartes foi o
principal nome nesse assunto. Ele criou o modelo de ciência com a relação de
sujeito com o objeto. Ainda, a nova ciência deveria ser experimental, ou
melhor, comprovar-se com o experimento.
- O avanço científico: Estudos feitos no
século XVI e XVII ajudaram a institucionalizar essa nova forma de conhecimento.
Importantíssimos são os estudos de Galileu sobre a astronomia e a gravidade. A
consolidação dessas teorias se dá com Newton e as leis da física.
A Ilustração:
- Quadro geral: O Iluminismo pode ser considerado uma
visão específica da burguesia sobre a realidade, ou melhor, trata-se de uma
ideologia burguesa. Das obras dos autores da Ilustração, importantes são os
escritos sobre política: falam do quadro político daquele período e sobre a
forma ideal de governo. O que se pregava para a França da época era a revolução
para que se findasse o absolutismo no país como ele acabou na Inglaterra.
Alguns filósofos ganharam grande destaque nesse período.
- Locke e a Revolução Gloriosa: John Locke, que
pode ser considerado um precursor da Ilustração dos setecentos, foi um pensador
inglês do século XVII que escreveu seu principal livro, o Tratado do Governo
Civil, logo após a Revolução Gloriosa na Inglaterra de 1688, legitimando-a.
Ele dizia que todo povo tinha direito de escolher seu governante sendo a
revolução seria legítima em casos de mau governo, dizia também que as
principais funções do Estado deveriam ser a defesa da propriedade privada e das
liberdades individuais. Este é o liberalismo político que influenciou bastante
os iluministas franceses.
- Voltaire: Escreveu as Cartas Inglesas, obra
que não pode ser chamada de um estudo teórico, mas um panfleto contra o
absolutismo francês. Era profundamente anticlerical e anti-absolutista.
- Montesquieu: Para este filósofo, cada povo tem o
governo que lhe cabe, isto está claro em sua obra O Espírito das Leis.
Dizia que o absolutismo na França não condizia com o anseio do povo francês,
que queria um regime constitucional. Defendia, baseando-se em Locke, o Estado
em três esferas: Executivo, Legislativo e Judiciário, cada poder limitaria o
outro para que assim não houvesse tirania de um desses poderes.
- Rousseau: Diferente dos outros filósofos, não é
consenso de que se trata de um pensador iluminista, muitos o situam na corrente
do Romantismo. Defendia a democracia total com votos de todos, diferentemente
dos outros pensadores ilustrados. Dizia que a propriedade era a origem de toda
a desigualdade e sofrimento dos homens no seu livro O Contrato Social. Esta
propriedade acabou com o estado de natureza humana onde reinaria a paz e a
solidariedade.
- Enciclopedistas: D´Alembert e Diderot com o auxílio
de outros filósofos empreenderam esse grande esforço, compilar todo o
conhecimento racional humano em uma grande obra, a ‘Enciclopédia’.
- Fisiocratas: São teóricos da economia que questionam o
mercantilismo, defendendo a não interferência do Estado na economia – laissez-faire,
laissez-passer. Para esses pensadores, sobretudo franceses, só gera valor
que é produzido na agropecuária. Eles defendem que a economia é regida por leis
naturais.
- Adam Smith e os liberais: Adam Smith é um
iluminista, mas é também o pai fundador do liberalismo na economia. O
liberalismo econômico será uma doutrina hegemônica no XIX. Assim como os
fisiocratas, ele era crítico do mercantilismo e favorável à não intervenção
estatal na economia nacional. Todo a riqueza, para Smith vinha do trabalho e
não do ouro e prata ou da agricultura. Dizia que os homens em um ímpeto
individualista produziam para a sociedade e essa produção se autorregulava pela
mão invisível da economia, a lei a oferta e da demanda. Assim, a liberdade
econômica geraria a prosperidade.
FIQUE ESPERTO:
O ILUMINISMO
- O Iluminismo foi um movimento
intelectual que surgiu durante o século XVIII na Europa, que defendia o uso da
razão (luz) contra o antigo regime (trevas) e pregava maior liberdade
econômica e política. Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e
sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. O
Iluminismo tinha o apoio da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham
interesses comuns.
- As
críticas do movimento ao Antigo Regime eram em vários aspectos como:
Mercantilismo; Absolutismo monárquico; Poder da igreja e as verdades reveladas
pela fé.
- Com
base nos três pontos acima, podemos afirmar que o Iluminismo defendia: A liberdade
econômica, ou seja, sem a intervenção do estado na economia; O
Antropocentrismo, ou seja, o avanço da ciência e da razão; O predomínio da
burguesia e seus ideais.
- As
ideias liberais do Iluminismo se disseminaram rapidamente pela população.
Alguns reis absolutistas, com medo de perder o governo (ou mesmo a cabeça),
passaram a aceitar algumas ideias iluministas.
- Estes
reis eram denominados Déspotas Esclarecidos, pois tentavam conciliar o jeito de
governar absolutista com as ideias de progresso iluministas.
- Alguns
representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da Prússia;
Catarina II, da Rússia; e Marquês de Pombal, de Portugal.
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