AULA 10 - REVOLUÇÃO FRANCESA (TEXTO COMPLEMENTAR)
A
Revolução Francesa foi um conjunto de eventos que, de 1789 a 1799, alterou o
quadro político e social da França, até então dominada pelo Antigo Regime. É
considerado um marco na história, iniciando o que chamamos de Idade
Contemporânea.
Causas da Revolução:
Uma
revolução não ocorre do nada. Dentre as principais causas da Revolução
Francesa, podemos destacar:
1 – Custo da Monarquia: O Rei Luiz XVI e a
sua corte gastavam enormes quantias para sustentar seus privilégios.
2 – Ideias iluministas: Os ideais de
liberdade, igualdade e fraternidade influenciaram os rumos da revolução, desde
o início.
3 – Gastos com guerras: A França participou
da Guerra de Independência dos Estados Unidos (Treze Colônias) e perdeu a
guerra dos Sete Anos, contra a Inglaterra.
4 – Crise econômica: Os gastos da
Monarquia, as guerras, assim como a escassez na agricultura, aumentaram a
miséria, a fome e o descontentamento dos franceses.
Divisão da sociedade francesa:
A
divisão da sociedade francesa também pode ser considerada uma das causas da
revolução, pois não havia mobilidade social. A sociedade era dividida em três
Estados:
1 – Primeiro
Estado: CLERO (0,5%)
2 – Segundo
Estado: NOBREZA (1,5%)
3 – Terceiro
Estado: POVO (Incluindo a BURGUESIA, somavam 80%)
Os privilégios se
concentravam nas mãos do clero e da nobreza, que oprimiam o terceiro estado.
Além disso, apenas o terceiro estado pagava impostos. Porém, este dinheiro não
estava sendo suficiente para sustentar o custo do estado francês.
Assembleia dos Estados Gerais:
Para tentar resolver os problemas econômicos da França, o Rei Luís
XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais. Esta assembleia reunia membros
dos três estados. Naquele momento, o objetivo era fazer a nobreza e o clero
também pagar impostos. Seria feita, então, uma votação, que poderia ocorrer de
duas maneiras: por Estado ou por cabeça.
A votação por Estado, ou seja, um voto por Estado agradava a
nobreza, pois, obtendo apoio do clero, sempre vencia o povo nas decisões. Eram
dois votos contra um. Já a votação por cabeça, considerando a decisão
individual na assembleia, agradava ao povo. Isto porque, sendo maioria,
garantia a vitória dos seus interesses.
Sem conseguir conciliar os interesses dos três Estados – e sem
tomar decisão alguma – Luís XVI mandou fechar a Assembleia. Descontentes, o
terceiro Estado – liderados pela burguesia – exigiu a criação de uma Constituição
para a França. O povo saiu às ruas. A manifestação do povo chegou à Bastilha,
prisão política da Monarquia Francesa. Considera-se que o povo invadiu esta
prisão com o objetivo de se apoderar da pólvora lá existente. Assim, a queda da
Bastilha, em 14 de Julho de 1789, se tornou símbolo do início da Revolução
Francesa.
Assembleia Nacional Constituinte
Ocorrida de 1789 a 1791, a Assembleia Nacional Constituinte foi
aberta com o objetivo de criar uma Constituição na França. Foi criada também a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que defendia o direito à
liberdade e à igualdade jurídica. Outras mudanças que ocorreram foram a
abolição do regime feudal, da sociedade estamental e a separação entre Igreja e
Estado.
Monarquia Constitucional
Em setembro de 1791, foi promulgada a primeira Constituição da
França, que resumia as realizações da Revolução. Foi implantada uma Monarquia
Constitucional, isto é, o Rei perdeu seus poderes absolutos e criou-se uma
efetiva separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Além
disso, foram concedidos direitos civis completos aos cidadãos. Na prática, a
maior parte destas reformas vinham ao encontro dos interesses da alta
burguesia, que tentava, com êxito, eliminar os vestígios do Antigo Regime na
França.
As monarquias absolutistas da Europa formaram uma aliança
destinada a restaurar, na França, os poderes absolutos de Luís XVI. O Rei Luís
XVI e a Rainha Maria Antonieta foram presos, acusados de traição ao país por
colaborarem com os invasores. Abril de 1792: Declaração de guerra à Áustria e à
Prússia, exércitos inimigos chegam a ameaçar a cidade de Paris.
Convenção Nacional
Ocorrida de 1792 a 1794, a Convenção Nacional é considerada a fase
mais radical da Revolução Francesa. Nesta fase, proclamou-se a República e a
burguesia se subdividiu em grupos com interesses distintos.
Assim, surgiram os Jacobinos, que representavam a pequena
burguesia, e os Girondinos, que representavam a alta burguesia. Os Jacobinos
sentavam-se à esquerda nas assembleias e queriam que a revolução se espalhasse
por todos os lugares possíveis. Já os Girondinos, com medo da reação do povo,
queriam que a revolução tivesse fim. Eles sentavam-se à direita nas
assembleias. Havia ainda o grupo do pântano ou planície, cujos membros não
tinham posições bem definidas, ocupavam o centro nas assembleias.
Os Jacobinos se sobressaíram,
perseguindo e executando opositores, e instalando o que se denomina período do terror (perseguição e
execução dos suspeitos de trair os ideais da revolução). Em 1793, Luís XVI foi
executado na guilhotina, sepultando de vez a Monarquia Absolutista.
Diretório
Ocorrido de 1795 a 1799, o Diretório foi uma fase conservadora,
fruto de um golpe dos Girondinos para retomar o poder na França. Com a França
imersa no caos e sob a ameaça de ataques internos e externos, a alta burguesia
articulou entregar o poder a alguém influente e poderoso. Esse alguém foi
Napoleão Bonaparte, general do exército francês que venceu várias batalhas
contra os exércitos de países absolutistas que queriam terminar com a onda
revolucionária que começou na França. A partir de 1799, Napoleão passa a
governar a França.
O
GOLPE DO 18 BRUMÁRIO E O CONSULADO
No
dia 10 de novembro de 1799 (18 Brumário, pelo calendário da Revolução),
Napoleão Bonaparte, contando com o apoio de influentes políticos burgueses,
dissolveu o Diretório e estabeleceu um novo governo, denominado Consulado.
No
Consulado, o governo era exercido por três cônsules. O primeiro cônsul,
Napoleão Bonaparte, tinha poder para propor todas as leis, nomear a
administração, controlar o exército, entre outras atribuições. Os cônsules
deveriam ocupar o cargo por dez anos. No entanto, em 1802, Napoleão conseguiu
tornar seu cargo vitalício e, em 1804, por meio de um plebiscito (consulta
popular), Napoleão transformou o consulado em império, tornando-se imperador
dos franceses com o título de Napoleão I.
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