8ºANO_ AULA 12 - INDEPENDÊNCIA DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

AULA 12 – INDEPENDÊNCIA DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS

Até o início do século XIX, a monarquia espanhola mantinha domínio sobre vasta área do continente americano. A América Espanhola estava dividida em quatro grandes vice-reinos e quatro capitanias. Os vice-reinos espanhóis eram: Nova Espanha (criado em 1535), Peru (1542), Nova Granada (1718) e Prata (1776); as capitanias eram: Cuba, Guatemala, Venezuela e Chile.

Durante as três primeiras décadas do século XIX, as colônias espanholas lutaram pela independência. Não se tratou de um movimento único, mas de vários processos históricos com características distintas. Entretanto, podemos dizer que alguns elementos comuns contribuíram para as lutas pela independência.

1. A influência das ideias iluministas

As ideias do Iluminismo, que influenciaram a independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789), também se difundiram entre os setores da elite colonial espanhola. Muitas das ideias contrárias ao absolutismo defendidas pelo liberalismo serviram de justificativa para a luta contra o domínio colonial espanhol.

2. Os interesses das elites coloniais e das camadas populares

Além das ideias liberais, as lutas pela independência foram impulsionadas pela consciência das elites coloniais de que os laços com o governo espanhol dificultavam seu domínio mais pleno sobre as áreas da América. Essa elite era constituída, sobretudo, pelo criollos (filhos de espanhóis nascidos na América). A metrópole espanhola era responsável por várias medidas que prejudicavam a elite criolla:

a) dificultava o acesso dos criollos aos altos cargos do governo e à administração colonial. A maioria desses cargos era ocupada pelos chapetones, pessoas nascidas na Espanha;

b) cobrava elevados tributos sobre produtos de exportação (por exemplo, couro e seus subprodutos);

c) restringia o desenvolvimento de produtos manufaturados que concorressem com a produção metropolitana.

As elites coloniais formavam um conjunto diversificado. Não tinham o mesmo pensamento político ou econômico, mas, em geral, concordavam em querer ampliar seus poderes locais e desejavam conquistar direito ao livre comércio. Por outro lado, as camadas populares (grupos indígenas e de mestiços, homens brancos pobres etc.) também participaram do processo de independência integrando os exércitos coloniais. No fundo, lutavam por conquistas sociais como igualdade, terra para plantio e pelo fim da escravidão.

 

LUTAS PELA INDEPENDÊNCIA


Por meio de vários movimentos emancipacionistas, que abrangeram o período de 1810 a 1828, diversas áreas da América Espanhola foram conquistando sua independência política.

Na América do Sul, as lutas pela independência contaram com a liderança de homens como José de San Martin e Simón Bolívar. Simón Bolívar (1783-1830) destacou-se como líder militar e político nas lutas pela independência, travadas mais ao norte da América do Sul. É considerado o libertador da Venezuela, da Colômbia, do Equador, da Bolívia e do Peru (junto com San Martín).

Após a independência, o projeto político de Simón Bolívar era construir, na América, um grande país, unificando politicamente as ex-colônias espanholas.

Pretendia constituir um poderoso país, coeso e forte, capaz de realizar a união dos “povos de mesma língua” e, a partir daí, operar a integração das antigas colônias espanholas na América. Ele acreditava ser essa a única forma de promover o desenvolvimento das antigas colônias.

Seu plano frustrou-se, pois havia muitas divergências entre as elites locais, que preferiram garantir seus poderes nas regiões onde já atuavam. De sua atuação como libertador surgiram 5 países, fragmentados e fracos: Colômbia (1819), Venezuela (1821), Equador (1820), Peru (1824) e Bolívia (1825).

 A REBELIÃO INDÍGENA NO PERU

TÚPAC AMARU, LÍDER DA MAIOR REVOLTA INDÍGENA DA AMÉRICA

No Peru, houve uma revolta liderada pelo cacique José Gabriel Condorcanqui, no final do século XVIII. José Gabriel, mais conhecido como Tupac Amaru (1740-1781), dizia-se descendente dos antigos chefes incas. Esse movimento aconteceu por conta da brutal exploração dos indígenas nas minas e nas oficinas artesanais, contra os castigos físicos executados pelas autoridades coloniais e contra os tributos abusivos.

Após intensas batalhas, o movimento foi derrotado, e Tupac Amaru, preso, condenado à morte e executado. Ainda que fracassadas, essas lutas apontam, segundo alguns historiadores, para projetos políticos preocupados com a construção de uma ordem social mais justa e solidária.

 O INTERESSE DE EUROPEUS E NORTE-AMERICANOS NO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA

    Entre os governos europeus, praticamente nenhum colaborou com os movimentos pela independência da América espanhola e do Haiti. Ao contrário, pensaram em enviar tropas para ajudar os espanhóis a esmagar esses movimentos.

        Apenas o governo da Inglaterra foi favorável à emancipação das nações da América Latina, pois, como vimos, a independência convinha à industrialização inglesa, que se interessava em conquistar mercados nessas regiões.

        No início do século XIX, os sucessivos governos dos Estados Unidos revelaram suas pretensões de manter o continente americano fora da influência da Europa. Em 1823, o presidente americano James Monroe (1758-1831) anunciou a disposição dos Estados Unidos de impedir qualquer país europeu de estabelecer colônias na América ou intervir em suas questões internas.






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