PERÍODO
NEOLÍTICO: UMA GRANDE TRANSFORMAÇÃO
Um fato curioso: apesar das comunidades primitivas serem, fundamentalmente, patriarcais, isto é, sociedades nas quais o poder se encontra com os homens, foram as mulheres que realizaram a 1ª grande revolução da humanidade, capaz de provocar profundas transformações no estilo de vida dos seres humanos.
Estamos
falando da chamada Revolução Agrícola (ou Revolução Neolítica). Enquanto
os homens saíam à caça, elas coletavam frutos e raízes e foram capazes de
observar como se dava o cultivo de sementes lançadas ao solo.
Muitas vezes, a caça e a pesca não eram suficientes
para alimentar a todos. Assim, o problema da fome foi sendo resolvido com o
consumo dos alimentos, colhidos do plantio feito pelas mulheres. Isso, ao longo
do tempo, foi causando uma grande mudança no comportamento dos grupos humanos.
Verifica-se, a partir da agricultura, o surgimento de outra importante
atividade produtiva: a domesticação de animais.
A prática da
agricultura favoreceu uma série de mudanças na vida dos agrupamentos humanos,
entre os quais cabe citar:
Sedentarização –
Sobrevivendo do cultivo e do pastoreio, os seres humanos passaram a produzir
seu próprio alimento e não precisavam mais mudar constantemente de lugar.
Então, aos poucos foram se tornando sedentários,
isto é, passaram a se fixar em determinados territórios.
Descoberta de novos instrumentos de trabalho – Tais como o machado de pedra com cabo para derrubar
árvores, a enxada para limpar o terreno e a foice para cortar o mato.
A invenção da cerâmica (barro modelado e cozido) – Os grupos humanos passaram a necessitar de
recipientes em que pudessem cozinhar, armazenar e transportar cereais. A
invenção da cerâmica veio atender essa necessidade, sendo usada para fazer panelas,
vasos, jarros, etc.
O grande crescimento da população – Com o aumento e a diversificação da produção e a
melhoria na conservação dos alimentos, aumentou o número de crianças e as
pessoas passaram a viver mais tempo. Nem todos os agrupamentos humanos adotam a
agricultura. Muitos deles continuaram sobrevivendo apenas da caça, da pesca e
da coleta. Já outros incorporaram a agricultura e o pastoreio, sem, no entanto,
abandonar a caça e a coleta.
O COMÉRCIO
Quem produzia trigo ou azeite, por exemplo, passou a
trocar seus produtos por um jarro de cerâmica, por um tecido, por uma espada de
ferro, etc. Nascia, assim, o comércio. Com o tempo, essas trocas deixaram de
ser feitas pelos próprios produtores e passaram a ser feitas por uma personagem
nova naquela época: o comerciante.
SABENDO MAIS DO NEOLÍTICO
Como a
produção agrícola era desenvolvida, necessariamente nas proximidades de lagos e
rios, devido à facilidade de ter água para irrigar a plantação, muitos animais
eram atraídos pela sede e, até mesmo, pelos alimentos ali plantados. Eles eram,
então, abatidos, como fonte de alimentos e para não devorarem o cultivo. Mais
uma vez, as mulheres se destacam: passaram a cuidar dos filhotes dos animais
abatidos. Daí, acredita-se ter originado a prática da domesticação de animais,
consolidando a ERA NEOLÍTICA.
Com as fontes
de alimentos asseguradas, o homem deixa de ser nômade e torna-se sedentário,
fixando-se por um tempo prolongado num mesmo local, onde produzia os seus
próprios alimentos e onde tinha de aguardar o tempo da colheita.
Nesse período,
o homem descobriu que a argila, moldada e cozida, ganhava resistência. Assim,
desenvolveu a arte da cerâmica: passou a fabricar jarros, potes e panelas onde
guardava o excedente, que era o que sobrava, o que era produzido, além
do necessário, para o consumo. Com esta melhora na qualidade de vida, a
população humana aumenta e surgem os clãs.
Os clãs eram
organizações familiares, nas quais todos os parentes obedeciam a um mesmo
chefe, o patriarca, e adoravam antepassados comuns. Uma organização
familiar patriarcal.
O patriarca
era um ancião que tinha o respeito de todos os membros da família. Seu
conhecimento e sua experiência sobre a vida eram muito úteis à sobrevivência do
grupo.
Os grupos, que
se fixavam definitivamente numa região, organizavam-se em aldeias (reunião de
vários clãs), num sistema de comunidade primitiva, em que não existia classe
social. Todos trabalhavam em função da coletividade.
Ninguém era
dono das terras. Portanto, não havia propriedade privada. Tudo pertencia a
todos e o fruto do trabalho era dividido, igualmente, entre os membros do
grupo. Os humanos do NEOLÍTICO continuaram a utilizar os artefatos que
existiam, mas passaram a polir essas ferramentas, tornando-as mais eficientes e
sofisticadas.
A IDADE DOS
METAIS
Ao final do PERÍODO
NEOLÍTICO, observa-se um avanço nas técnicas de fabricação de instrumentos
de trabalho.
Por volta de
6000 a.C., os grupos humanos desenvolviam e experimentavam técnicas que
permitiam a utilização de metais, em larga escala, na produção de utensílios,
enfeites e armas. Começava a Idade dos Metais.
Artefatos de
metais facilitavam uma crescente produção de excedentes alimentares. Com as
técnicas do metal, foi possível obter melhor aproveitamento da agricultura. Os
estudos levam a crer que o cobre e o estanho tenham sido os primeiros a serem
manipulados. Desenvolveu-se a técnica de fundição e, a partir da mistura do
cobre e estanho derretidos, obteve-se o bronze, metal de maior resistência,
viabilizando a fabricação de ferramentas mais fortes. O uso do metal revela uma
das grandes proezas dos primeiros grupos humanos.
AINDA A IDADE
DOS METAIS: TRANSIÇÃO DO PERÍODO PRIMITIVO ÀS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES
Em meados de
3500 a.C., o ferro, metal ainda mais resistente que o bronze e encontrado em
abundância no subsolo, também passa a ser utilizado a partir da técnica de
fundição. Com o uso de ferramentas de metais na agricultura, aumentou a
quantidade de excedentes alimentares.
Algumas
pessoas que tinham uma função dentro do grupo, como chefe guerreiro ou
sacerdote, passam a se apossar do que sobrava (o excedente). Assim, deixou de
existir a divisão igual para todos, gerando conflitos e verdadeiras guerras de
conquistas e dominação de grupos humanos contra grupos humanos.
A Idade dos
Metais se caracteriza, assim, como uma fase de transição, porque nela
ocorre um conjunto de modificações significativas, principalmente nas relações
sociais dos grupos humanos primitivos.
Verifica-se
que as comunidades primitivas, como forma de organização social, dissolvem-se.
Desaparecem a coletividade e as relações igualitárias de cooperação e de ajuda
mútua entre os indivíduos.
Surgem as diferenças entre os que possuem terras e os
que não as possuem (origem da propriedade privada).
Surgem, assim,
os que mandam e os que obedecem. Os que mandam e se apoderam das terras, vão
aos poucos, organizando-se socialmente, até formarem o governo (Estado). As
comunidades primitivas que não conheciam aspectos como “riqueza” e “pobreza” ou
a exploração de um grupo de humanos pelo outro passam a conhecê-los.
Configura-se, portanto, uma nova realidade, onde se evidencia o fim do
coletivismo. Começa a Era das Grandes Civilizações, com destaque para a
chamada Antiguidade Oriental.
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