SOCIOLOGIA_AULA 05 - AUGUSTE COMTE E O PENSAMENTO POSITIVISTA

AUGUSTE COMTE E O PENSAMENTO POSITIVISTA

Comte vislumbrava o mundo moderno , isto é, previa a consolidação de um mundo cada vez mais influenciado pela ciência e pelo estabelecimento da indústria, e a crise gerada por uma certa anarquia moral e política quando da transição do sistema feudal  para o sistema capitalista. Era essa positividade (instaurar a disciplina e a ordem) que ele queria para a Sociologia.

Assim sendo quando Comte pensava a Sociologia, colocava toda sua crença de que poderia estudar e entender os problemas sociais que surgiam e reestabelecer a ordem social e o progresso da civilização moderna. Ele queria que a Sociologia estudasse de forma aprofundada os movimentos das sociedades no passado para se entender o presente e, inclusive, para imaginar o futuro da sociedade.

Olhando o passado para compreender o presente, “Saber para prever e prever para poder”.

Comte via a consolidação do sistema capitalista como sendo algo necessário ao desenvolvimento das sociedades. Esse novo sistema, bem como o abandono da teologia para explicação do mundo seriam parte do progresso das civilizações. Já, os problemas sociais ou desordens que surgiam eram considerados obstáculos que deveriam ser resolvidos para que o curso do progresso pudesse continuar.


Portanto, a Sociologia se colocaria, na visão deste autor, como uma ciência para solucionar a crise das sociedades daquela época. Entretanto, Comte não chegou a viabilizar a sua aplicação. Seu trabalho apenas iniciou uma discussão que deveria ser continuada, a fim de que a Sociologia viesse a alcançar um estágio de maturidade e aplicabilidade.

 

FIQUE ESPERTO:

 

AUGUSTE COMTE

- Comte foi fundador da sociologia, preocupou-se com a compreensão dos problemas sociais resultantes das transformações econômicas, sociais, políticas e culturais trazidas pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa. Foi, assim, o primeiro a mencionar a necessidade de se estabelecer uma ciência responsável pela compreensão da sociedade. Em seu curso de filosofia positiva, em 1839, recorreu à utilização do termo sociologia para se referir ao estudo da sociedade.

 

A BANDEIRA NACIONAL

Você já reparou no lema da nossa bandeira? Tem alguma relação com o pensamento de Comte? O Brasil pode ser visto como uma sociedade que orienta-se pelo cumprimento da “Ordem e Progresso” inscritos na nossa bandeira?

Símbolo nacional idealizado por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, baseada na antiga bandeira do Brasil Império. Ela tremulou pela primeira vez no dia 19 de novembro de 1889, na cidade do Rio de Janeiro. Este dia ficou marcado como sendo o da sua adoção oficial. E hoje vemos em nossos calendários que em todo 19 de novembro é comemorado o dia da bandeira.

Bordada em pano de algodão suas estrelas foram projetadas por um astrônomo. A inscrição ao centro substituiu o símbolo da “coroa” e foi um resumo feito por Miguel Lemos, um de seus idealizadores, com base em princípios positivistas de ordem e progresso.

SOCIOLOGIA: A "FÍSICA SOCIAL"

 

As ciências, no decurso da história, não se tornaram "positivas" na mesma data, mas numa certa ordem de sucessão que corresponde à célebre classificação: matemáticas, astronomia, física, química, biologia, sociologia.

Das matemáticas à sociologia a ordem é a do mais simples ao mais complexo, do mais abstrato ao mais concreto e de uma proximidade crescente em relação ao homem.

Assim, no topo da pirâmide das ciências estaria a sociologia, a qual foi denominada por Auguste Comte como a “física social”. Todo ser humano deveria ter conhecimento dessa disciplina tão importante para o desenvolvimento da sociedade.

 

LEI DOS TRÊS ESTADOS

O espírito humano, em seu esforço para explicar o universo, passa sucessivamente por três estados:

ESTADO TEOLÓGICO OU "FICTÍCIO": explica os fatos por meio de vontades análogas à nossa (a tempestade, por exemplo, será explicada por um capricho do deus dos ventos, Eolo). Este estado evolui do fetichismo ao politeísmo e ao monoteísmo.

ESTADO METAFÍSICO: substitui os deuses por princípios abstratos como "o horror ao vazio", por longo tempo atribuído à natureza. A tempestade, por exemplo, será explicada pela "virtude dinâmica" do ar. Este estado é no fundo tão antropomórfico quanto o primeiro (a natureza tem "horror" do vazio exatamente como a senhora Baronesa tem horror de chá). O homem projeta espontaneamente sua própria psicologia sobre a natureza. A explicação dita teológica ou metafísica é uma explicação ingenuamente psicológica. A explicação metafísica tem para Comte uma importância, sobretudo histórica como crítica e negação da explicação teológica precedente. Desse modo, os revolucionários de 1789 são "metafísicos" quando evocam os "direitos" do homem - reivindicação crítica contra os deveres teológicos anteriores, mas sem conteúdo real.

ESTADO POSITIVO: é aquele em que o espírito renuncia a procurar os fins últimos e a responder aos últimos "por quês". A noção de causa (transposição abusiva de nossa experiência interior do querer para a natureza) é por ele substituída pela noção de lei. Contentar-nos-emos em descrever como os fatos se passam, em descobrir as leis (exprimíveis em linguagem matemática) segundo as quais os fenômenos se encadeiam uns nos outros. Tal concepção do saber desemboca diretamente na técnica: o conhecimento das leis positivas da natureza nos permite, com efeito, quando um fenômeno é dado, prever o fenômeno que se seguirá e, eventualmente agindo sobre o primeiro, transformar o segundo. ("Ciência donde previsão, previsão donde ação").

 

TEXTO COMPLEMENTAR

AUGUSTE COMTE (1798 – 1857) - O FUNDADOR DA SOCIOLOGIA

 

A herança francesa e as ondas de que da revolução francesa levaram Auguste Comte em seu 5º volume do curso de filosofia positiva ( 1830 –1842) a examinar solicitação por uma disciplina dedicada ao estudo científico da sociedade. Comte quis chamar esta disciplina de “ Física social ” para enfatizar que estudaria natureza fundamental do universo social, mas ele foi praticamente forçado a determinar o termo híbrido greco-latino, Sociologia.

O problema central para a Sociologia era aquele que tinha sido articulado pelos pensadores mais antigos do iluminismo: como a sociedade deve ser mantida unida quando se torna maior, mais complexa, mais variada, mais diferenciada, ami8s especializada e mais dividida? A resposta continua, de comte foi de que as ideias e as crenças comuns precisavam ser desenvolvidas para dar a sociedade uma moralidade “ universal”. Essa resposta nunca foi desenvolvida, mas a preocupação com os símbolos da cultura como uma força unificadora para manter a essência do conceito sociológico francês, existe até os dias de hoje.

Uma tática que comte empregou para fazer com que a Sociologia parecesse legítima foi postular a lei dos Três Estados, na qual conhecimento está sujeito , em sua evolução, a passar por três estados diferentes. O primeiro estado é o teológico, em que o pensamento sobre o mundo é dominado pela consideração do sobrenatural, religioso e Deus; o segundo estado é o metafísico, em que as atrações do sobrenatural são substituídas pelo pensamento filosófico sobre a essência dos fenômenos e pelo desenvolvimento da matemática, lógica e outros sistemas neutros de pensamento, e o terceiro estado é o positivo, em que a ciência, ou a observação cuidadosa dos fatos empíricos, e o teste sistemático de teorias tornam-se modos dominantes para se acumular conhecimento. E com o estado positivo o conhecimento pode ter utilidade prática afim de melhorar as vidas das pessoas.

A sociedade como um todo, bem como um o pensamento sobre cada domínio do universo evolui sobre estes três estágios, mas em velocidades diferentes: a Astronomia e a Física primeiro, depois a Química e a Biologia, e finalmente a Sociologia surge como último modo de pensar para entrar no estado positivo. Na visão de Comte, a análise da sociedade estava pronta para ser reconhecida como ciência- uma reivindicação que era desafiada na época de Comte, assim como ainda hoje. E como as leis da organização humana eram desenvolvidas, Comte acreditava que elas poderiam ser usadas para melhorar a condição humana- novamente, um tema tão controverso hoje quanto na época de Comte.

Uma segunda tática legítima empregada por Comte foi postular a hierarquia das ciências, na qual todas as ciências eram ordenadas de acordo com a sua complexidade e seu desenvolvimento no estado positivo.Na parte inferior da hierarquia estava a Matemática, a língua de todas as ciências mais altas na hierarquia, e no topo, surgindo da Biologia estava a Sociologia, que no momento de êxtase, Comte definiu como “ Ciência da Humanidade” coroamento de toda formação científica. Pois, se a Sociologia foi a última ciência surgir, era também a mais avançada em relação ao seu assunto, como um modo legítimo de questionamento.


























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