7º ANO_AULA 05 - SOCIEDADE E RELIGIÃO NA EUROPA MEDIEVAL

SOCIEDADE E RELIGIÃO NA EUROPA MEDIEVAL


Sociedade: A sociedade feudal era praticamente estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada (rigidamente dividida em classes). A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, reis, etc.) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corveia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal) e o dízimo.


Religião: Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando (alto clero). Existiam também àqueles monges da Igreja que pregavam uma vida simples, sem luxos (baixo clero). Os chamados monges copistas passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.

            O Tribunal da Santa Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício foi um tribunal da Igreja Católica fundado pelo Papa Gregório IX, no séc. XIII. A Inquisição julgou, condenou, torturou, prendeu e mandou para a fogueira milhares de pessoas que eram consideradas hereges (praticante de heresias; doutrinas ou práticas contrárias ao que é definido pela Igreja Católica) por praticarem atos considerados bruxaria, heresias (ciência, alquimia, tradições bárbaras, etc.) ou simplesmente por serem praticantes de outra religião que não o catolicismo (judaísmo, por exemplo).

 

ORGANIZAÇÃO SOCIAL

 

A sociedade feudal se dividia em três ordens principais: NOBRES, CLERO E SERVOS:

- NOBRES: (Bellatores, palavra latina que significa “guerreiros”) – Ordem dos detentores de terra, que se dedicavam basicamente às atividades militares. Em tempos de paz, as atividades favoritas da nobreza eram a caça e os torneios esportivos, que serviam de treino para a guerra;

- CLERO: (Oratores, palavra latina que significa “rezadores”) – Ordem dos membros da Igreja Católica, destacando-se os dirigentes superiores, como bispos, abades e cardeais;

- SERVOS: (Laboratores, palavra latina que significa “trabalhadores”) - Compreendendo a maioria da população camponesa, os servos realizavam os trabalhos necessários à subsistência da sociedade. 

OBRIGAÇÕES DOS SERVOS

 

Os servos formavam a maioria da população camponesa. Suas obrigações eram bastante pesadas e estavam sujeitos a um grande número de taxas:

 

CENSO - Pagamento pelo uso da terra.

CORVÉIA – Obrigação de trabalhar de graça para o senhor alguns dias por semana. Além de cuidar das plantações do senhor, o servo deveria construir ou consertar caminhos, reparar pontes, cortar e carregar madeira, enfim, fazer qualquer trabalho determinado pelo senhor feudal.

TALHA – Obrigação de entregar ao senhor parte do que produzia no lote reservado a seu uso.

BANALIDADE – Pagamento em produtos que os servos deviam ao senhor pelo uso do forno, do moinho, das prensas e outros equipamentos do feudo.

CAPITAÇÃO - Uma taxa relativa a cada pessoa da família do servo.

MÃO MORTA - Paga quando este morria, para que seu lote pudesse continuar a ser cultivado pelos filhos.

FORMARIAGE - Quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma taxa para ajudar no casamento, era também válida para quando um parente do nobre iria casar.

DÍZIMO – Além dessas obrigações, o servo ainda tinha que pagar o dízimo (taxa paga para manutenção da igreja existente no feudo).

 

Calcula-se que, com todas essas obrigações, cada família camponesa acabava entregando entre um terço e metade do que produzia aos poderosos senhores feudais.

 

 A IMPORTÂNCIA DA IGREJA NO MUNDO MEDIEVAL

 

A Igreja Católica tornou-se a maior proprietária de terras na Europa medieval. Enquanto o rei e os nobres tinham suas propriedades divididas por causa de casamentos, heranças, dívidas e guerra, a Igreja só acumulou riquezas. A Igreja obtinha também grandes rendimentos por meio do dízimo, tributo obrigatório que equivalia a 1/10 (10%) de produto da terra.

A Igreja era vista por muitos indivíduos como símbolo de força e resistência. Em um período de muitas doenças, fome e insegurança, o prestígio da Igreja e dos padres crescia a cada dia. Na mentalidade do homem medieval, a Igreja era o único caminho para livrar o homem do pecado e garantir a salvação da sua alma. Ser excomungado era o mesmo que ser excluído definitivamente do convívio social, um risco que corriam todos aqueles que contrariavam as determinações do clero.

 “A Igreja, durante toda a Idade Média e até o século XVII, era algo de muito diferente daquilo a que chamamos hoje Igreja. Guiava todos os movimentos do homem, do batismo ao serviço fúnebre, e era o caminho de acesso a essa vida futura em que os homens acreditavam fervorosamente. A Igreja educava as crianças. Nas paróquias de aldeia, o sermão do pároco era a principal fonte de informação sobre os acontecimentos e os problemas comuns, e de orientação de conduta econômica. A própria paróquia constituía uma importante unidade de governo local, coletando e distribuindo esmolas que os pobres recebiam. A Igreja controlava os sentimentos dos homens e dizia-lhes em que deviam acreditar, proporcionando-lhes distrações e espetáculos. Preenchia o valor das notícias e dos serviços de propaganda, agora cobertos por instituições muito diferentes e mais eficientes – imprensa, a televisão, o cinema, etc.”

 

HILL, C.A Revolução Inglesa de 1640. Lisboa: Presença, 2001.p.19-20

 

FIQUE LIGADO:

SOCIEDADE FEUDAL

- ESTAMENTAL - Com pouca mobilidade social (clero, nobreza, camponeses);

- CLERO – Serviço religioso, ensino, assistência aos doentes, pobres e mendigos;

- NOBREZA – Guerras, torneios e caçadas;

- CAMPONESES (povo) – Agricultura, pecuária, comércio, artesanato.

 

NOBREZA

- Sua principal atividade era a guerra;

- Valia-se do monopólio das armas para impor seu domínio;

- Ofereciam proteção, mas exigiam ser sustentados e alimentados pelo povo desarmado;

- Viviam na ociosidade e consideravam o trabalho uma atividade indigna.

 

O CLERO/RELIGIÃO

- A Igreja Católica era a instituição mais rica e mais importante da sociedade feudal;

- Dominava o cenário religioso;

- Detentora do poder espiritual, influenciava o modo de pensar e as formas de comportamento na idade média;

- A Igreja tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando;

- Era responsável pelo ensino e pela proteção espiritual da sociedade.

 

OS CAMPONESES

- Eram em sua maioria servos da gleba (terra). O servo era assim chamado por se encontrar preso a terra, isto é, sem liberdade para deixar o feudo em que vivia ou trabalhava;

- Diferencia-se do escravo por não poder ser vendido, trocado ou punido. Além disso, era dono de seus instrumentos de trabalho;

- Além dos servos, havia também os camponeses livres, isto é, que não estavam presos a terra e, portanto, podiam escolher onde trabalhar;

- Apesar de trabalharem de sol a sol, os camponeses eram muito pobres, pois a maior parte da riqueza que produziam ia parar nas mãos de seus senhores (leigos ou religiosos);

- Em troca de proteção senhorial e do direto de usar a terra para o próprio sustento, os servos tinham uma série de obrigações para com o senhor. As principais obrigações dos servos eram: a corveia, a talha, a banalidade e o dízimo.












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