7º ANO_AULA 06 - EDUCAÇÃO E CULTURA NA EUROPA MEDIEVAL

EDUCAÇÃO E CULTURA NA EUROPA MEDIEVAL

 

O saber, as artes e a cultura manifestavam-se no TEOCENTRISMO, que se refere à colocação de Deus no centro da vida e do pensamento humano. A arte medieval vai expressar esse período, com temas religiosos dominando toda a sua produção. A nobreza, dona do poder político, uniu-se ao clero, construindo uma aliança que se mostrou, por muito tempo, bem poderosa.

No modo teocêntrico de ver o mundo, a Igreja se colocava como o “centro” do mundo e seu poder era exercido com extrema autoridade e riqueza (possibilitada pela grande posse de terras que detinha). Isso, aliado ao poder religioso que exercia, tornou a Igreja Católica a mais poderosa força de toda a era medieval. O casamento monogâmico, por exemplo, foi fixado pela Igreja, assim como o seu caráter indissolúvel (a não ser nos casos de infidelidade ou de esterilidade).


O ensino era todo controlado pela Igreja, funcionando em mosteiros e paróquias. Dessa forma, ela selecionava aquilo que seria ou não ensinado. Em uma época em que poucas pessoas tinham acesso à escrita, às pinturas e esculturas das igrejas e os sermões funcionavam como o meio de comunicação mais importante, transmitindo a visão de mundo da Igreja.

As primeiras universidades do mundo surgem na Europa, na era medieval (Idade Média). Elas se tornaram grandes centros de expansão do saber e do conhecimento, antes, restritos aos conventos e mosteiros. Nelas, são pessoas ligadas ao pensamento católico que levam o saber e a cultura a outras pessoas, rompendo com aquela visão tradicional que ligava o conhecimento apenas aos locais religiosos, como conventos e mosteiros.

A Igreja Católica continuaria com a sua vocação educacional, mas as universidades se desenvolveriam ainda mais, com a participação de sábios e intelectuais que não eram ligados ao catolicismo.

 

LITERATURA MEDIEVAL

 

ROMANCES DE CAVALARIA

 

Muitas histórias foram escritas nesse período contando as aventuras de cavaleiros medievais e orientando sobre os códigos de conduta da época. O cavaleiro é, geralmente, representado como o grande herói, aquele que destrói monstros e pessoas malvadas, em nome da honra cristã. Tímido ou não, valente e fiel, ele conquistava o coração de uma donzela.

 

CONTOS E LENDAS DOS CAVALEIROS DA TÁVOLA REDONDA

 

Na Idade Média, época em que todas as mesas eram compridas, a távola (mesa) do Rei Artur surpreendia as pessoas: "Por ser redonda, ela não tinha nem cabeceira alta, nem cabeceira baixa; por isso, todos sentavam em volta dela como iguais". A Távola Redonda foi um presente do mago Merlin ao Rei Artur. Ao seu redor, sentaram-se doze cavaleiros que tinham um ponto em comum: juraram ser honrados em toda e qualquer situação e dedicar-se incansavelmente à busca do Graal, uma taça misteriosa que havia contido o sangue de Cristo.

 

A BÍBLIA

 

A obra fundamental do conhecimento humano para quem vivia na Europa Ocidental e Central era a Bíblia Sagrada. Nas bibliotecas dos mosteiros e paróquias, os religiosos guardavam as principais obras dos autores da Antiguidade. Alguns monges, que sabiam ler e escrever, dedicavam seus dias copiando e traduzindo textos do grego para o latim. Esses textos eram ilustrados com desenhos chamados iluminuras.

 

UM ROMANCE SOBRE O PERÍODO MEDIEVAL: "O NOME DA ROSA"

 

O livro “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco, publicado em 1980, conta a história de dois monges que começam a investigar uma série de crimes ocorridos em um mosteiro. Seguindo todas as pistas e indícios, eles descobrem que os crimes estavam ligados a uma biblioteca que guardava, secretamente, livros proibidos pela Igreja Medieval. O autor do livro, Umberto Eco, inventou uma suposta obra para o filósofo Aristóteles, que tratava sobre o riso. Com o objetivo de não permitir que essa obra fosse acessível a outras pessoas do monastério, um monge comete os crimes.

Com a leitura desse livro é possível perceber como era a vida nos mosteiros da Idade Média. E, perceber, também, como a Igreja procurava controlar os conhecimentos que seriam passados adiante. O livro é uma crítica à intolerância religiosa, que marcou o período. Esse livro foi reproduzido pelo cinema.

 

 A ARQUITETURA ROMÂNICA E GÓTICA

 

A arte do período medieval caracterizou-se, basicamente, pelos estilos ROMÂNTICO E GÓTICO.

O ESTILO ROMÂNTICO predominou no século XI. Caracterizou-se por construções amplas, com paredes grossas e de aparência pesada. Possuíam poucas janelas e eram decoradas com muitas esculturas.

O ESTILO GÓTICO nasceu na França, no século XII. Caracterizou-se pela leveza das formas, graças à presença de grandes vitrais coloridos que iluminavam o interior das igrejas e catedrais. O peso e a altura das paredes eram suportados graças ao desenvolvimento de novas técnicas.

 

A partir do século XII diversas catedrais foram construídas em estilo gótico. São características desse estilo:

• construções grandiosas, com paredes muito altas simbolizando o poder dos bispos.

• espaços internos amplos,

• torres com telhados em forma de pirâmide,

• arcos com a forma de ogivas,

• pinturas e vitrais produzidos com refinamento artístico.

 

Com o surgimento das cidades, a Igreja precisava se colocar de forma imponente, os bispos precisavam reafirmar a sua autoridade. As catedrais grandiosas poderiam ser vistas de diferentes pontos da cidade, seduzindo os recém-chegados. A catedral mostrava também o poder dos burgueses, pois muitas eram financiadas por esse grupo. O uso da palavra gótico, para esse tipo de arquitetura, só apareceu mais tarde, quando esse tipo de arte era vista com desprezo. O termo gótico ainda hoje é sinônimo de trevas e escuridão.

 

PINTURA MEDIEVAL

 

As pinturas medievais não usavam perspectiva, ou seja, não tinham profundidade. Como o espaço era visto como uma dimensão divina, não poderia ser representado pelo homem. A importância de um personagem estava no tamanho em que ele era representado na figura: quanto maior o seu tamanho, maior a sua importância.

 

MÚSICA

 

As artes começaram a diversificar em duas grandes correntes no início da Era Cristã: a arte profana e a arte religiosa. Com os cristãos perseguidos, estes passaram a exercer os seus cultos religiosos em catacumbas, onde fizeram música destinada a esses cultos. Originariamente, estas músicas sofreram influências da música hebraica e dos cantos populares romanos, mas eram construídas com as técnicas dos gregos. As músicas profanas, assim como a língua vulgar, vão penetrando nos ofícios religiosos, até a completa desfiguração destes. O rompimento acontece: a Igreja rejeita tudo o que foi introduzido de estranho em seus rituais.

          Coube ao Papa Gregório I (Gregório Magno), no século VI, unificar os cânticos religiosos, como recurso para padronizar a liturgia em toda a Europa. Reuniu num só livro todos os cantos considerados perfeitos, com indicações sobre o modo de cantá-los. O repertório é depurado da influência oriental; a melodia é plana e linear – “cantus planus” (Canto-chão). Os Cantos Gregorianos foram a música oficial da Igreja e das Universidades durante mil anos.

          No final da Idade Média, o canto gregoriano vai cedendo lugar á música executada a duas vozes, surgindo o contraponto  e mais tarde a polifonia, que deu início de uma nova era na música ocidental: o “Renascimento”.

 

FILOSOFIA

 

Estudiosos como São Tomás de Aquino e Santo Agostinho divulgaram as obras clássicas de Platão  e Aristóteles  ao interpretarem os textos antigos à luz do cristianismo.

O objetivo desses homens da Igreja era explicar o mundo do ponto de vista da religião, sem, entretanto, perder o raciocínio lógico.

A escola filosófica medieval chama-se Escolástica, porque ela se desenvolveu nas escolas (atuais universidades) ao lado dos mosteiros, que se tornaram centros difusores de estudos bíblicos e de adaptações dos textos pagãos.

Em São Tomás de Aquino, talvez o maior representante  da  Escolástica,  encontrou-se a síntese entre o mundo antigo antropocêntrico e o mundo medieval teocêntrico: a religião representada pela fé e a cncia representada pela razão devem caminhar jun- tas em busca da verdade,  que é, em última instância, Deus.


FIQUE ESPERTO:

 

- A EDUCAÇÃO era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.

- A maior parte dos mosteiros tinha bibliotecas, onde se guardavam livros manuscritos. Estes livros eram, em geral, cópias de obras de devoção religiosa de autores cristãos, ou de obras de filosofia e medicina de autores clássicos.

- A ARTE medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.

- Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente influenciadas e marcadas pela fé religiosa. A Igreja determinava o modo de pensar e viver das pessoas. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.


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