AULA 02 – FONTES HISTÓRICAS E
O TRABALHO DO HISTORIADOR
FONTES HISTÓRICAS
O trabalho do historiador consiste em
interpretar os fatos históricos ou as experiências humanas por meio da análise
de registros que foram deixados por uma sociedade em determinado tempo e local.
Graças a esse procedimento, o historiador torna-se capaz de compreender e
interpretar a história.
Para investigar, explicar e compreender os
fatos históricos, o historiador necessita estudar documentos ou fontes
históricas, ou seja, os registros, vestígios ou marcas da presença dos homens
que viveram no passado.
O que chamamos de documento ou fonte
histórica não é necessariamente produzido pelos indivíduos com o objetivo de
deixar testemunhos para aqueles que viverão no futuro. São os pesquisadores, ao
estudarem determinado documento ou fonte histórica, que atribuem um sentido a
esses documentos. Cada pesquisador ou grupo de estudiosos elege, baseado em
estudos, experiência pessoal e objetivo de trabalho, um conjunto de critérios
científicos para definir a relevância e o sentido do material histórico que tem
em mãos. Dessa maneira, o presente influencia o modo como vemos e entendemos o
passado do homem.
Existem diferentes tipos de documentos
históricos: escritos, orais, sonoros, visuais e os que compõem a chamada
cultura material. Sendo assim, podem ser encontrados em forma de documentos
oficiais (leis, contratos, registros contábeis, registros de cartórios) ou
particulares (de empresas ou pessoais), publicações científicas, imprensa
(livros, revistas e jornais), letras de música, inscrições em monumentos, dados
estatísticos, pinturas, esculturas, construções, filmes, vídeos, fotografias,
discos, roupas, chapéus, calçados, utensílios domésticos, joias, moedas, enfim,
qualquer objeto criado pelo homem. As fontes ou documentos orais são as
entrevistas, os relatos, os “causos”, os contos, as lendas, os mitos, as
fábulas, entre outras manifestações orais.
A ausência da escrita no período
denominado Pré-história dificulta os estudos sobre a organização dos povos que
viveram naquele tempo. A arqueologia (ciência que estuda a vida e a cultura dos
povos antigos, principalmente pela interpretação de restos materiais
encontrados) busca informações nos vestígios materiais, como armamentos, restos
de alimentos e peças de cerâmica.
O aparecimento da grafia mudou
radicalmente a forma como podemos analisar o passado. Documentos escritos,
mesmo quando parecem sem importância, como uma lista de gastos com a manutenção
de um engenho de açúcar do período colonial brasileiro, nos fornecem valiosas
informações, como o tipo de alimentação, as possíveis causas de doenças da
época, entre outras características. Quando articulados com outras fontes,
documentos desse tipo ajudam a montar um panorama mais completo da época
estudada.
Grande
parte das fontes históricas materiais são encontradas em instituições públicas
ou privadas, tais como museus, arquivos, universidades, igrejas, galerias de
arte e outros espaços. Esse conjunto de fontes materiais é denominado patrimônio histórico e cultural de um povo.
FONTES MATERIAIS
São os vestígios materiais. Sinais
que o homem deixa pelos lugares por onde passa, que podem ser vistos em vários
sítios arqueológicos abertos à visitação pública ou em museus especializados.
Exemplos: cerâmicas com elementos femininos, pedras talhadas e polidas,
sambaquis (grandes concheiros formados por restos de mariscos e que, às vezes
podem atingir vários metros de altura, apresentam vestígios de enterramentos,
mas também podem conter objetos de pedra em forma de animais. As pesquisas
desenvolvidas a partir dos séculos XIX e XX começaram a revelar uma quantidade
enorme de ruas, aquedutos, vasos, ânforas e muitos outros artefatos. Visando a
transformação da cultura material em fonte histórica, foram sendo criados
métodos científicos, por exemplo, para o trabalho de datação, como o carbono
14. Desde a imensa quantidade de material arqueológico que começou a surgir a
partir do século XIX, o que mais chamou a atenção foram as inscrições em pedra,
cerâmica, tijolos, estelas e sarcófagos. Essas inscrições se apresentam nas
mais diversas formas como pinturas em monumentos, paredes, vasos de cerâmica e
vários outros suportes.
REGISTROS
ICONOGRÁFICOS E RELATOS ORAIS
Quando o testemunho está registrado em
imagens, dizemos que se trata de um documento iconográfico (fotografias,
cartões-postais, desenhos, entre outros).
Outro tipo de fonte que o historiador
utiliza para pesquisar são os relatos orais. Eles são muito úteis,
principalmente no estudo da vida cotidiana das sociedades sem escrita. O
historiador grava e depois transcreve os depoimentos orais. Este tipo de
trabalho com fontes orais se chama “História Oral” e é muito usado atualmente.
FONTES PRIMÁRIAS E
SECUNDÁRIAS
FONTES PRIMÁRIAS: Produzidas no
passado por pessoas do tempo estudado;
FONTES
SECUNDÁRIAS:
É a interpretação que alguém faz sobre a fonte primária, quando não tem como
acessar a fonte primária diretamente.
FIQUE ESPERTO:
FONTES
HISTÓRICAS
- É tudo
aquilo que pode fornecer informações sobre determinado período histórico,
determinado povo ou civilização. Qualquer coisa que possa ser estudada e gerar
conhecimento histórico. Exemplos: Fotos, mapas, músicas, poesias, fósseis, pinturas
etc.
- A construção do saber histórico tem como
matéria-prima a fonte. [...] Fonte histórica é tudo o que pode fornecer
informações sobre o passado: documentos escritos, cartas, testemunhos, objetos
do cotidiano, fósseis, imagens, músicas, mapas, edifícios, jornais, obras de
arte e qualquer outro tipo de material que aos olhos dos historiadores
carreguem vestígios de épocas e acontecimentos. [...] Grande parte das fontes
da História não foi produzida com o objetivo de informar ou perpetuar a
memória, mas foram apropriadas como tal pelo fazer historiográfico.”
- Com a Escola dos Annales, amplia-se a ideia
de fonte.
- Tudo o que é produzido e influenciado pela
ação humana é documento.
REGISTRO
É a forma como as fontes chegaram até nós. São
as variadas modalidades de documentação das atividades humanas e descrições de
acontecimentos de uma forma geral.
"O trabalho do
historiador é semelhante ao do detetive. O historiador não sabe exatamente o
que aconteceu no passado, por isso, ele também precisa reunir o maior número
possível de pistas que irão ajudá-lo a reconstituir os fatos".
O
trabalho do historiador consiste em interpretar os fatos históricos ou as
experiências humanas por meio da análise de registros que foram deixados por
uma sociedade em determinado tempo e local. Graças a esse procedimento, o
historiador torna-se capaz de compreender e interpretar a história.
Para
investigar, explicar e compreender os fatos históricos, o historiador necessita
estudar documentos ou fontes históricas, ou seja, os registros, vestígios ou
marcas da presença dos homens que viveram no passado.
FIQUE ESPERTO:
A HISTÓRIA E A VISÃO DO HISTORIADOR
-
O Historiador não é um homem neutro e isolado de sua época.
-
A História que se escreve está profundamente ligada à História que se vive.
-
O mundo de hoje contagia o trabalho do historiador, influenciando a
reconstrução que ele elabora do passado.
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