7ºANO (E.F)_AULA 01 - INVASÕES BÁRBARAS E A FORMAÇÃO DO MUNDO FEUDAL


OS POVOS BÁRBAROS E A TRANSIÇÃO DO IMPÉRIO ROMANO PARA O FEUDALISMO

- Eram chamados de BÁRBAROS todos os povos que não compartilhavam da cultura romana e que viviam além das fronteiras do Império.
- A palavra “bárbaros” deriva do romano “bárbaroi” = estrangeiro, e designava qualquer um que não compartilhasse da cultura e da língua romanas.
- Os bárbaros, na verdade, dividiam-se em diversos povos distintos que habitavam as regiões dos rios Reno, Danúbio, Vístula e a região dos mares do Norte e Báltico, a Germânia.
- Durante muito tempo os bárbaros viveram em paz com os romanos e já haviam tido contato com eles desde o Império de Júlio César. Entretanto, com a chegada dos hunos, vindos da Ásia central, os bárbaros germânicos foram “empurrados” para os territórios romanos de forma nem um pouco amistosa causando uma onda de devastação e terror.
- Podemos citar como principais povos Bárbaros: Hunos (Ásia Central); Anglo-Saxões (Inglaterra); Gauleses (Bélgica, Holanda e França); Francos (Bélgica e França); Vândalos (Europa Central); Visigodos (Leste Europeu); Lombardos (Norte da Europa)
- Resumindo, seriam as seguintes as consequências básicas das migrações bárbaras: Fragmentação do Império Romano; Fundação de vários reinos cristãos, com a conversão dos bárbaros; Impulso dado ao feudalismo pelas instituições bárbaras, em virtude da decadência do Império Romano e da ruralização e o Abandono da língua latina, substituída pelas línguas bárbaras (francês, inglês, línguas eslavas, etc.).

FIQUE ESPERTO:

OS POVOS BÁRBAROS
- Povos fora das fronteiras (sem cultura greco-romana).
- Germânicos – principal grupo (Suevos, Lombardos, Teutônicos, Francos, Godos, Visigodos, Ostrogodos, Vândalos, Burgúndios, Anglos, Saxões, etc.).
- Economia agropastoril.
- Ausência de comércio e moeda.
- Ausência de escrita.
- Politeístas.
- Inicialmente sem propriedade privada.
- Poder político = casta de guerreiros.
- Direito Consuetudinário (tradição).
- COMITATUS (laços de dependência entre guerreiros).

LEGENDA
1- Anglo-Saxões
2- Francos
3- Suevos
4- Visigodos
5- Vândalos


REINO DOS FRANCOS

- Na fase final do Império Romano, tribos germânicas se instalaram no norte da Itália e no centro atual França, originando o Reino dos Francos, que se tornou o reino mais importante da Alta Idade Média europeia, transformando-se num império semelhante ao dos romanos, embora com características bem diversas e comprometido com a formação do feudalismo.
- Houve duas dinastias (poder pela família) que governaram o reino franco: merovíngios e os carolíngios.

DINASTIA MEROVÍNGIA

- Clóvis (481-511 d.c)
- Expansão territorial
- Primeiro chefe bárbaro a se converter ao catolicismo

Em 481, após a desintegração do Império, um rei de nome Clóvis unificou as várias tribos e fundou ali o reino dos francos; ele promoveu expansões do domínio franco e converteu-se ao catolicismo, trazendo a Igreja Católica como uma grande aliada ao seu reino. Durante muito tempo a Igreja e os nobres receberam terras como recompensa da aprovação religiosa e apoio militar.
Em 511, após a morte de Clóvis, o Reino dos Francos foi dividido em quatro partes, pois era um costume germânico fazer a partilha dos bens do falecido entre os seus filhos, e com isso a monarquia franca ficou debilitada, pois foi iniciada uma luta entre os herdeiros.
Os Mordomos, como ficaram conhecidos os funcionários que administravam as diferentes regiões do Império, passaram a exercer o poder de fato; destaque para Carlos Martel que no  ano de 732 se colocou à frente do exército franco e venceu os muçulmanos na batalha de Poitiers, fortalecendo, assim, a aliança entre o Reino Franco e a Igreja católica.
Em 751, seu filho  Pepino,  derrubou do trono o último soberano merovíngio e se fez coroar rei dos francos inaugurando a dinastia carolíngia. Pepino foi reconhecido como  rei pelo papa, em seguida presenteou a Igreja católica com parte das terras conquistadas na Itália central. Desta doação, originou-se o Patrimônio de São Pedro, também chamado Estados da Igreja, que permaneceram inalterados por mais de mil anos.
FORTALECIMENTO DO PODER DA IGREJA

Nesse período, a já poderosa Igreja Católica tornou-se a força política, cultural e religiosa da Europa feudal, devido aos acordos que celebrou com os povos germânicos.
A base desse acordo era simples: Os Reis bárbaros recebiam o apoio político e espiritual da igreja que legitimava o poder de tais monarcas.
Em troca, os reis reconheciam a autoridade moral e política da Igreja Católica, pagavam tributos e adotavam o catolicismo como religião oficial e única.
Os acordos eram celebrados com a conversão do Rei bárbaro e de seus súditos ao cristianismo.


O REINO FRANCO E O IMPÉRIO CAROLÍNGIO

- Expansão do cristianismo.
- Tentativa de reconstruir o Império Romano do Ocidente.
- Divisão imperial em 300 partes (condados, ducados e marcas).
- Missi Dominici: Funcionários imperiais (burocracia).
- Capitulares: Leis imperiais.
- Renascimento Carolíngio: Preservação de obras clássicas em escolas eclesiásticas.

Carlos Magno, filho de Pepino, assumiu o trono dos francos em 768 após a morte do pai, dando continuidade à aliança com o papado e à política carolíngia  de conquista de novas terras.

Em 800, o Rei franco deslocou suas tropas até Roma para prestar auxílio militar ao papa Leão III, ameaçado pela nobreza local. Em troca, o papa concedeu-lhe o título de Carlos Augusto, imperador dos romanos que não era dado a ninguém desde 476.

A tentativa de restaurar o antigo Império romano do Ocidente atendia a interesses tanto do Rei franco quanto do papa. Para Carlos, o título de “Imperador coroado por Deus” consolidava e dava legitimidade às suas conquistas.

Durante o reinado de Carlos Magno, O Reino Franco (agora Império Carolíngio) atingiu seu tamanho máximo em termos territoriais.

Para o papa, a criação do novo império reforçava o poder temporal da igreja de Roma, (poder de governar os seres humanos no sentido político, mas não no sentido religioso) cujo braço armado era o exército do imperador.

Ao mesmo tempo, a Igreja católica se fortalecia diante do Império bizantino, com o qual tinha divergências.

Para conseguir administrar todo o império Carlos Magno dividiu o império em condados, ducados e marcas, criou as capitulares (normas escritas que funcionavam como leis).

Carlos Magno ainda promoveu reformas na educação. As escolas passaram a funcionar junto aos mosteiros (escolas monacais), bispados (escolas catedrais) ou às cortes (escolas palatinas) e nelas eram ensinadas as sete artes liberais: aritmética, geometria, astronomia, música, gramática, retórica e dialética.

Após a morte de Carlos Magno, seu filho Luís I, o Piedoso, assumiu o poder e reinou de 814 a 840. Com a morte de Luís I seus três filhos disputaram o poder, mas só em 843 eles assinaram um tratado, o TRATADO DE VERDUN, onde todo o território foi dividido entre si.

As constantes lutas entre herdeiros e as invasões de novos povos bárbaros contribuíram para o enfraquecimento do poder dos reis, e fortalecimento dos senhores locais, descentralizando o poder e iniciando o FEUDALISMO na Europa.

TRATADO DE VERDUN - DIVISÃO DO IMPÉRIO


A divisão do reino não pôs fim às lutas pelo controle do poder, levando à desintegração total do Império pouco tempo depois. Muitos historiadores entendem que a partir desse momento consolidou-se o SISTEMA FEUDAL.

AS RELAÇÕES DE OBEDIÊNCIA POR TODA A VIDA

Os camponeses empobrecidos, por conta da crise, agora habitavam as propriedades de grandes senhores de terras no interior do Império Romano Ocidental. Desse processo surgiu uma nova forma de relação (COLONATO) entre esses dois elementos. O camponês (que trabalhava diretamente na terra) jura sobre o Evangelho ser fiel e obedecer ao dono das terras (e seus descendentes) por toda a sua vida. Em troca, recebe a garantia de segurança e assistência econômica, garantindo a produção que asseguraria a sobrevivência do feudo e a de todos os que nele viviam e dele dependiam. Essa estrutura contribuiu para o surgimento do Feudalismo.


AS HERANÇAS ROMANAS E GERMÂNICAS

A Sociedade Medieval formou-se a partir da fusão da cultura germânica com a cultura romana. A herança dos romanos está representada, principalmente, no conjunto de leis denominado Direito Romano. O código romano ainda hoje é base do sistema jurídico de inúmeros países. A Religião Católica foi outra grande influência disseminada entre os romanos. O Cristianismo expandiu-se pela Europa durante a Idade Média, sendo adotada por diferentes camadas da população.
O Espírito Guerreiro foi uma das maiores contribuições dos germânicos para a nova sociedade. A guerra era considerada o ideal de vida de muitos jovens medievais. Liderar o exército era visto como uma honra incomparável, a glória maior.


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