8ºANO (E.F)_AULA 09 - A REVOLUÇÃO FRANCESA



1 - Introdução:

- O que foi: Foi a grande revolução que pôs fim ao Antigo Regime na França, destruindo as estruturas sociais daquele regime e levando a burguesia ao poder. Apesar dos principais eventos terem ocorrido em Paris e no interior do país, ela se espalhou por toda a Europa e influenciou todo o mundo no século XIX.

- A sociedade francesa: O estado monárquico francês dividia a sociedade em três estados, que na verdade não correspondiam à realidade socioeconômica daquele país. O primeiro estado é constituído por todos os membros do clero. O segundo, pelos nobres, tanto do interior como da Corte. O terceiro estado era o resto da sociedade e era o único que pagava impostos, sendo que muitas vezes o 1o e 2o estados eram sustentados por esses tributos.

- Subprodução e fome: Apesar de a economia francesa ter se desenvolvido bastante no século XVIII, nos anos imediatamente anteriores à Revolução, assistiu-se a uma grande seca no campo, que levou à fome no país. Isso vai ser um dos fatores imediatos para a Revolução.

- Crise financeira da Coroa: As frequentes guerras e a extravagante corte tinham deixado o Estado francês extremamente endividado, levando a uma série crise financeira da Coroa. Luís XVI, o rei francês do período, tentou fazer uma reforma tributária onde o 1o e 2o estado pagassem impostos, mas esta foi barrada por estes. Dá-se uma crise política que leva o Rei a convocar os Estados Gerais, órgão consultivo do rei que era dividido entre os três estados, com um voto para cada um. A decisão final, no entanto, seria sempre do monarca.

- Divisão cronológica da Revolução: A Revolução Francesa é dividida geralmente em três períodos. A
Era das Instituições (1789-92), aonde a burguesia chega ao poder; a Era das Antecipações (1792-4), onde são antecipadas práticas políticas igualitárias; e a Era das Consolidações (1794-1815), onde a alta burguesia se consolida no Estado.

1 - A Era das Instituições:

- A Assembleia Constituinte: Em maio de 1789, são convocados os Estados Gerais. Tudo o que o terceiro estado propunha era barrado pelo clero e pela nobreza. O Terceiro Estado se isola e declara-se Assembleia Constituinte, dando um golpe no poder da nobreza e do clero, é a chamada Revolução dos Advogados.

- A tomada da Bastilha: Como o rei e os dois primeiros estados, desconfiados, colocam o exército de prontidão, a população de Paris, apoiando a Assembleia, toma a prisão da Bastilha. Nessa prisão havia armas, com as quais a população se armou para defender a Assembleia Constituinte.

- O grande Medo: Enquanto isso, em algumas partes do interior da França, os camponeses ocupam as terras dos senhores (clero e nobreza) e queimam seus títulos de propriedade em um sentido de destruir a ordem senhorial no campo. Eles fazem uma divisão da terra entre eles, é o Grande Medo.

- Constituição jurada: Em agosto do mesmo ano, é promulgada a Declaração dos Direitos Humanos. Os bens da Igreja são confiscados e no final do ano, promulga-se uma Constituição que o Rei é obrigado a assinar. Institucionaliza-se uma monarquia constitucional.

- Guerra: As monarquias vizinhas à França, preocupadas com a agitação no país, resolvem invadir o país para restituir Luís XVI ao seu cargo. O exército francês, liderado por um general leal ao Imperador, sofre sucessivas derrotas, deixando a população desconfiada. Descobre-se um acordo entre o rei e os exércitos estrangeiros, levando à condenação de Luís XVI à guilhotina em 1792. Tem fim a monarquia constitucional, dá-se a República.

2 - A Era das Antecipações:

- A nova Assembleia: Uma nova assembleia é constituída por sufrágio universal com uma divisão clara entre os girondinos – compostos pela alta burguesia – à direita e os jacobinos – compostos pela população média e pobre de Paris – à esquerda, além da planície, no centro.

- Golpe jacobino: Diante das tropas estrangeiras à porta de Paris, os jacobinos dão um golpe de Estado estabelecendo medidas emergenciais: tabelam os alimentos a preços baixos, empreendem uma ampla reforma agrária no campo, criam um exército composto por voluntários para combater na frente, acabam com a escravidão nas colônias. Além disso, os jacobinos, para se manter no poder, perseguiam duramente seus adversários políticos, mandando-os para a guilhotina, assim, morreram quase todos girondinos. É o chamado Terror.

- Nove Termidor: Os exércitos revolucionários conseguem sucessivas vitórias e conseguem expulsar os invasores para além da fronteira original francesa. Com a reversão da emergência, os jacobinos levam um golpe de Estado dado pelos termidorianos – compostos pela alta burguesia – sendo levados à guilhotina em sua maioria.

3 - A Era das Consolidações:

- O Diretório: Os termidorianos estabelecem o seu governo, revertendo as medidas dos jacobinos. Eles restabelecem o sufrágio censitário, liberalizam os preços dos alimentos – prejudicando as classes pobres das cidades francesas – e fazem uma árdua proteção da propriedade, principalmente no campo. Com a vitória inicial dos exércitos revolucionários, a França começa uma grande expansão militar com certa estabilidade interna.


GIRONDINOS x JACOBINOS - VÍDEO RETIRADO DO CANAL ANIMAHISTÓRIA (NÃO DEIXEM DE ASSISTIR)



18 BRUMÁRIO

O que foi?

- O 18 de Brumário foi um golpe de Estado comandado por Napoleão Bonaparte na França. No calendário revolucionário francês, este dia ocorreu em 18 de Brumário do ano IV (9 de novembro de 1799 no calendário gregoriano). Através deste golpe, Napoleão colocou fim ao Diretório e iniciou a ditadura na França. Após a queda do Diretório, foi criado o Consulado e Napoleão se tornou o primeiro-cônsul da França, governando com poderes absolutos.

Como ocorreu?

- Mesmo com uma grande instabilidade política e econômica na França, Napoleão recebeu forte apoio da burguesia que defendia um governo forte para pacificar o país e gerar um ambiente de ordem. Os políticos do Diretório deram a Napoleão o apoio necessário e propuseram o uso da força militar para que ele assumisse o governo. 
A burguesia no poder

- Com apoio da burguesia, dos políticos e do exército, Napoleão deu o golpe, fechando a Assembleia do Diretório. Foi a consolidação da burguesia no poder, que já vinha acontecendo desde a Revolução Francesa de 1789.

O IMPÉRIO NAPOLEÔNICO

Napoleão chegou ao poder através do golpe de 18 Brumário, em 1799, que pôs fim à Revolução Francesa ao dissolver o Diretório. A partir disso, foi concentrando o poder em suas mãos até que, em 1804, proclamou-se imperador da França.

BLOQUEIO CONTINENTAL

Com a Revolução Francesa havia se iniciado uma longa luta entre a França revolucionária e os países absolutistas que se sentiam ameaçados pelo seu exemplo. Com a ascensão de Napoleão, essa luta ganhou um novo impulso. Em 1805, Inglaterra, Prússia, Áustria e Rússia uniram-se pela terceira vez contra a França, coligação que Napoleão desfez com relativa facilidade, mas não conseguiu vencer a Inglaterra. Esta, graças à sua posição insular e sua poderosa marinha, manteve-se intocável. Para fazer face ao poderio britânico, Napoleão decretou o Bloqueio Continental em 1806, fechando o continente europeu à Inglaterra. Ele procurou, assim, criar toda sorte de dificuldades econômicas, a fim de desorganizar a economia inglesa.
Todavia, o bloqueio contrariava também os poderosos interesses econômicos do continente e, logo de início, encontrou fortes oposições. Outra fragilidade do bloqueio encontrava-se no fraco desempenho das indústrias francesas, incapazes de ocupar o grande vazio deixado pelo súbito corte do fornecimento britânico. Além disso, os produtos coloniais, cuja distribuição era controlada pela Inglaterra, te­riam de encontrar substitutos adequados.  

PORTUGAL E O BLOQUEIO

A economia portuguesa havia muito se encontrava subordinada à inglesa. Daí a relutância de Portugal em aderir incondicionalmente ao bloqueio. Napoleão resolveu o impasse ordenando a invasão do pequeno reino ibérico. Sem chances de resistir ao ataque, a família real transferiu-se para o Brasil em 1808, sob proteção inglesa. Começou então, no Brasil, o processo que iria desembocar, finalmente, na sua emancipação política.

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